Decidido : Refinaria é do E.Santo

Temos emprestado no curso da série de artigos publicados uma importância mais ampla e objetiva ao discutido projeto de implantação de uma refinaria de petróleo no Espírito Santo, projeto este que vem sendo colocado em mesa de reuniões desde novembro do ano passado, com o manifesto interesse de grupos soviéticos e japoneses, respectivamente representados pelas corporações Itera/Gasprom e Marubeni, decididos que estavam em participar do projeto em parceria com a Petrobrás.

No entanto corria em faixa própria, discretamente, também desde o mês de dezembro, com o mesmo objetivo, um grupo inglês, que sempre representou poderoso grupo financeiro do Reino de Barein, no Golfo Pérsico e estava disposto, sem parcerias ou exigências tributa´rias, a bancar inteiramente o projeto da refinaria no Espírito Santo.

Podemos afirmar, com segurança, que na última semana o grupo inglês, representando capitais árabes, assinou uma carta de intenções com o Governo do Espírito Santo, já contando, antecipadamente com o apoio do Governo Federal e da própria Petrobrás, viabilizando o empreendimento e garantindo mesmo um excelente mercado para a Petrobrás, fornecedora que deverá ser de petróleo para refino.

Os estudos e a definição da área locacional estarão concluídos em três meses, registrando-se, em princípio, uma preferência do grupo por uma área no município de Anchieta, nas proximidades do Porto de Ubú e da Usina de Pelotização da Samarco, não estando, ainda, afastada a hipótese da refinaria vir a ser implantada em Aracruz, em terrenos da Aracruz Celulose, no Porto de Barra do Riacho. No entanto, uma coisa é certa: os árabes decidiram construir a refinaria no Espírito Santo, investindo um total de US$ 2,5 bilhões de dólares.

Os entendimentos realizados em Vitória e Brasília pelo srs. Peter Buckley e Brian Tiples, representantes do grupo árabe, confirmam que a refinaria deverá estar pronta no máximo em três anos, gerando diretamente 3 mil empregos e com capacidade de refino de 200 mil barris/dia. O empreendimento deverá propiciar a captação de cerca de 500 empresas dos setores petroquímico, alimentação e logística. A decisão dos árabes, portanto, coloca um ponto final nas negociações com outros grupos internacionais sobre a refinaria, sem prejuízo de entendimentos e negociações voltados para outras áreas e segmentos. De imediato o Secretário de Desenvolvimento do Estado, Júlio Bueno, afirmou que esta decisão histórica e rápida, provocará sensíveis mudanças na própria geo-politica do petróleo no Brasil.

É de oportunidade destacar que o grupo Arabian Gulf Oil (AGOL) já possui três refinarias – China, Irã e Oriente Médio – e está pronto para iniciar atividades no Brasil pelo Espírito Santo. O país hoje possui 13 refinarias, sendo duas de propriedade da iniciativa privada e as projeções e estudos mais recentes apontam para a necessidade de construção de mais 03 refinarias, com capacidade de refino, cada uma, de 200 mil barris/dia, até o ano de 2010. Agora só devem ser construídas duas, pois uma já está assegurada para o Espírito Santo.

Crescem as perspectivas de novos investimentos em face desta decisão já oficializada, partindo do fato da própria Petrobrás ter interesse em fornecer petróleo leve e pesado para refino na nova unidade, que prevê também a possibilidade de importar petróleo de outras fontes, projetando um aumento de consumo no exterior.

Mesmo em face da decisão sobre a implantação da refinaria, não ficam invalidados os entendimentos que o Governo do Espírito Santo vem mantendo com vários e importantes grupos soviéticos, japoneses, chineses, americanos, ingleses e franceses, dentro de um leque de excepcional poder de atração e inteiramente viabilizados pelas inegáveis condições locacionais, capacidade operacional do seu complexo portuário, ferroviário e rodoviário, além naturalmente, de poder apresentar uma projeção de investimentos que são estimados em 35 bilhões de reais nos próximos 10 anos.

Nesta década, em termos de desenvolvimento e oportunidades de negócios, o Espírito Santo, no Brasil, é a capital da prosperidade.

J.C.Monjardim Cavalcanti ([email protected])

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