Bombardier: Bloco exige posição do Governo

A Bombardier, na sua comunicação 07/04, entregou hoje a todos os seus funcionários as “Condições de Cessação de Contratos de Trabalho por Mútuo Acordo”, chantageando os trabalhadores e colocando-os “entre a espada e a parede”: ou aceitam o despedimento por mútuo ou terão um despedimento colectivo. O Bloco de Esquerda condena as estratégias de coacção utilizadas pela Bombardier para conseguir os seus intentos.

A canadiana Bombardier, a maior fabricante mundial de comboios, já tinha anunciado que iria eliminar 6.600 postos de trabalho da sua unidade de transportes e encerrar sete fábricas na Europa. Proporcionalmente, a mais atingida é a Bombardier/Sorefame, com a eliminação de 300 postos de trabalho – 75% da sua actual força de trabalho.

A empresa cessa a produção e manterá apenas um centro de competências de sistemas ferroviários a fazer desenvolvimento do produto e acompanhamento dos clientes nacionais, assegurando cem postos de trabalho. A empresa tem em curso a execução de dois projectos – Metro do Porto e CP/2000 comboios do porto, cuja fabricação e montagem final termina em Abril de 2004, deixando os trabalhadores na incerteza quanto ao seu futuro.

O Governo PSD/CDS-PP não decidiu “em tempo útil” e com celeridade a execução dos projectos em curso, designadamente os do Metro do Porto, de Lisboa e os das carruagens incluídas no programa CP 2000.

O Governo PSD/CDS-PP também sabe que os actuais administradores formaram uma nova empresa – GOM, Gestão de Operações Metalomecânica – para responder à montagem final de 322 blindados encomendados pelo ministério da defesa à empresa austríaca Steyr, e que arrancará ainda este ano em instalações da Bombardier. Esta nova empresa servirá, apenas, como testa de ferro para a estratégia de subcontratação de trabalhadores – com menores direitos laborais - para as encomendas a que a Bombardier se candidatará.

Ignora o governo toda esta estratégia? Afirmar que tem um plano para que a Bombardier "passe ao lado da situação dramática de encerramento" é lavar as mãos relativamente ao futuro deste sector e dos seus trabalhadores e famílias. Uma empresa única em Portugal, com um know how acumulado, capital humano qualificado e plenas condições de viabilidade económica. O desmantelamento desta empresa será uma tragédia social no concelho da Amadora.

Perante esta situação, o Bloco de Esquerda considera que o Governo deve tomar medidas sérias, e urgentes, para viabilizar e preservar o futuro deste importante sector produtivo.

Bloco de Esquerda

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