Fome zero é nota zero
Assistencialista, burocrático, lento e, principalmente, mal organizado, o Projeto Fome Zero idealizado pelo presidente Lula corre o risco de se tornar o maior retrocesso do governo no campo social. A avaliação é da médica Zilda Arns Neumann, fundadora da Pastoral da Criança e representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil no Conselho de Segurança Alimentar. Opinião, portanto, de quem entende do assunto, pesquisa, opina, trabalha e convive com ele diariamente. Zilda Arns, hoje contestada pelos dirigentes do projeto, em entrevista ao jornal O Globo de ontem, dia 5, enumera os problemas do governo na área social, citando entre outras coisas que "o governo não chega aos bolsões de miséria".
Fome zero é nota zero - 2
Na entrevista do jornal O Globo, a médica e pesquisadora afirma que tem conhecimento seguro de que muitas famílias tidas como agraciadas para o recebimento de alimentos continuam sem atendimento, e isso acontece em muitas localidades. Em certo trecho, afirma ela: "tenho a certeza de que não estão recebendo, eu vi. São pobres que não têm registro de nascimento. Podiam ter feito primeiro um grande cadastro da pobreza e, em seguida, implantar o cartão-escola, depois o alimentação, ir para os rincões, controlar as gestantes. Mas como é que vão controlar a gestante que não é mais gestante ou a criança que passou dos 6 anos? Quem fará todo esse controle ?". Zilda Arns lamenta a incompetência do governo justamente numa área onde o PT sempre pregou ajuda competente, apresentou planos e fez promessas. E encerra afirmando que o governo deveria utilizar trabalhos como o que é realizado hoje pela Pastoral da Criança.
Fome zero - 3
Depoimentos como esse da médica Zilda Arns, justamente sobre um programa tão badalado pelo governo como o Fome Zero, já no começo do ano de 2004, confirmam o que muito se falou durante todo o ano passado. O governo Lula não fez o dever de casa, não cumpriu o que prometeu em campanha, aumentou o desemprego e não matou a fome da comunidade pobre. Perdeu horas e horas falando em herança maldita, e se esqueceu de organizar a própria casa, prejudicando setores carentes da sociedade.
Férias na Esplanada
A máxima de que ninguém é de ferro está sendo levada a sério pelo governo Lula, convenhamos, com certo exagero. Vários de seus ministros já confirmaram que vão continuar de férias até o próximo dia 23. Mesmo num governo onde resultados práticos de realizações são apresentados de forma minguada essa tranqüilidade operacional não condiz muito com as dificuldades do país. Mas o carnaval vem aí, quatro dias a mais, quatro dias a menos que diferença faz?
Na contramão
Os técnicos não têm dúvidas: os túneis que a prefeita Marta Suplicy inventou para cruzamentos de avenidas importantes de São Paulo só vão fazer o motorista chegar mais rápido até o próximo semáforo fechado. Afinal, essas avenidas continuarão cheias de cruzamentos com interrupção de tráfego. É obra que não resolve o congestionamento, mas serve para mostrar na TV. É, dona Marta: televisão rima com reeleição, mas também rima com contramão.
PSDB
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