CAPITALISMO SEM FUTURO

Enquanto a expectativa de vida aumenta na maior parte do mundo, a mortalidade entre os adultos nas regiões da África assoladas pela Aids é maior agora do que há 30 anos, ressaltou a Organização Mundial da Saúde (OMS) na quinta-feira (18).

Em 14 países africanos, segundo o relatório anual sobre a saúde no mundo, a mortalidade infantil é maior do que em 1990. Mais de 300 a cada mil crianças nascidas em Serra Leoa, por exemplo, morrem antes de completar 5 anos de vida.

O relatório da OMS, com 194 páginas e abordando vários assuntos (da expectativa de vida à morte nas estradas), também advertiu para a crescente distância nas condições de assistência médica entre os países mais pobres e os demais.

"Hoje, a situação da saúde no mundo nos apresenta questões pungentes sobre a justiça", disse o diretor-geral da entidade, Lee Jong-wook, na introdução ao documento.

"Em alguns pontos do mundo verifica-se uma vida mais longa e mais confortável, enquanto em muitos outros países há um desespero devido ao fracasso no combate a doenças controláveis."

Das 57 milhões de mortes prematuras registradas em 2002, 10,5 milhões foram de crianças com menos de 5 anos e 98 por cento delas aconteceram nos países em desenvolvimento.

No Zimbábue, a expectativa de vida média para homens e mulheres era de 37,9 anos. Na Zâmbia, 39,7, e em Angola, 39,9. Em contraste, na Suíça esse número era de 80,6 anos, na Suécia, 80,4 e na França, 79,7. No Brasil, era de 68,9.

Vida longa no Japão

Um bebê do sexo feminino nascido hoje no Japão tem expectativa de vida de 85 anos, enquanto uma criança nascida no mesmo dia em Serra Leoa não passaria dos 36 anos.

"Um mundo marcado por tais desigualdades depara-se com um sério problema", escreveu Lee. "Temos de encontrar meios de unir nossas forças como uma comunidade global a fim de proporcionarmos um futuro mais saudável para o ser humano."

O relatório afirmou que a Aids foi a principal responsável pelas mortes de pessoas entre 15 e 59 anos, reduzindo a expectativa de vida de adultos em Botsuana, no Lesoto, na Suazilândia e no Zimbábue em 20 anos.

O número de mortes provocadas pelo HIV foi quase duas vezes superior ao da segunda maior causa de morte -- doenças no coração --, e mais que o dobro da terceira causa -- a tuberculose.

Segundo a OMS, as doenças relacionadas com o fumo mataram 5 milhões de pessoas por ano.

Entre os homens, a expectativa de vida é de 77,9 anos na Austrália, 75,9 na França, 69,6 na China e 65,7 no Brasil.

Mas na Rússia, onde os sistemas de saúde e previdenciário entraram em colapso depois do fim da União Soviética, em 1991, a expectativa de vida dos homens é de 58,4 anos.

Entre as mulheres, a expectativa de vida ao nascer das francesas era de 83,5 anos, um pouco acima das australianas, que podiam esperar viver até os 83 anos. No Brasil, o número era de 72,3 anos.

Fonte: Reuters

Diário Vermelho

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