Desembarcamos do transatlântico português Funchal, e o meu primo Eduardo nos levou para a Lapa, onde o meu pai vivia e onde passaríamos alguns dias.
Minha noiva, filha de um médico e coronel, pertencente ao exército do Pacto de Varsóvia, e comunista, ficou muito surpresa com o movimento da praça Mauá.
A chegada ao porto, com o Pão de Açúcar, o Corcovado, as praias, deixaram-na maravilhada!
A nossa conversa era em inglês, e uma ou outra vez, ela me falava uma palavra em português, que quase sempre me fazia rir, dada a pronuncia.
Eduardo, depois de deixar as bagagens na Lapa, nos levou para Copacabana, onde morava junto com os meus tios.
Tudo correndo as mil maravilhas, em especial porque era a primeira vez que a minha noiva via o Brasil e o Rio de Janeiro!
Mas...eis, que aparece uma pergunta, feita por ela, quando avistou da janela do apartamento de minha tia, a favela: É lá que são criados os porcos e galinhas?
Eu já tinha visto na Polônia, varias vezes, perto das cidades, casas muito semelhantes a nossa favela, onde os poloneses mantinham as suas criações de animais; e compreendendo que ela não estava querendo ofender ninguém, e também indignado pela injustiça social que existia e continua a existir no Brasil, respondi em voz alta: NÃO! É mesmo criação de pessoas, que não tiveram possibilidade de viver com dignidade! Mas, o fato passou.
Depois, ela nunca se cansava de comparar centenas de vezes a nossa justiça social com a dos países comunistas, e eu sabia que as observações dela eram certas, dado eu ter vivido muitos anos na Polônia e outros países comunistas e pude constatar a veracidade dos relatos dela.
Muitas vezes eu dizia a ela, que o dia mais feliz de minha vida, seria o dia em que a justiça social no Brasil fosse igual a da Polônia comunista. E por que a Polônia comunista?
Porque agora, que terminou o comunismo na Polônia, iniciaram a implantação das favelas!
Armando COSTA ROCHA PRAVDA.Ru BRASIL
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