REBANHO : FÊMEAS OU MACHOS ?

Os pecuaristas em qualquer parte do mundo, muito breve, poderão escolher ter seus rebanhos com mais fêmeas ou mais machos, através de um avançado sistema patenteado por uma equipe de pesquisadores do Espírito Santo, em parceria com a Universidade Estadual Fluminense e o Instituto Oswaldo Cruz, colocando a Faculdade de Castelo, no sul do Estado, na vanguarda do processo de criação de kit´s de aplicação de sêmen manipulado em laboratório, cuja técnica já tem patente mundial em seu nome e da empresa H-Y Biotecnologia , que atua como central de distribuição de sêmen e desenvolveu o processo industrial.

O domínio da nova biotecnologia se processou no curso dos últimos 25 anos, financiadas as pesquisas, estudos e experiências pela Fundação Banco do Brasil, responsável pelo avanço que coloca os pesquisadores capixabas e o Brasil na vanguarda da corrida pela biotecnologia animal. Apesar de muitos pesquisadores em vários países estarem tentando descobrir a técnica que permitirá a escolha do sexo animal, o Espírito Santo chegou na frente, quando passou a deter toda a tecnologia da imunossexagem, já patenteada mundialmente e, portanto, com capacidade para gerar apreciável volume de royalties para o país, valorizando o Estado como um pólo de sustentação do novo processo, já que produzirá em larga escala os kit´s com semens imunossexados para inseminação artificial, em vacas no período do cio.

Com a finalização dos testes ficou comprovada a eficiência do processo que atingiu índices de confiabilidade impressionantes e que será conduzido por um grupo internacional que assinou parceria com as entidades responsáveis pelo sucesso do projeto.

Das técnicas desenvolvidas em vários países , nos últimos anos, nenhuma conseguiu resultados como as realizadas no Espírito Santo, cuja eficácia , com custo muito baixo, surpreende a comunidade pecuarista nacional e internacional.

Já se programa, consoante informação da equipe capixaba, para muito breve, a utilização da técnica para aplicação na produção de eqüinos, suínos, caprinos e ovinos, revolucionando a biotecnologia animal, já que aumentará sensivelmente as margens de lucro da atividade.

A técnica desenvolvida pelos pesquisadores da Facastelo permite atualmente que eles consigam isolar o cromossomo X do touro, fecundando o óvulo X da vaca, alcançando a probabilidade do filho ser fêmea, com índice de segurança que atinge 94%.

Ao executar esta etapa do processo, cujos detalhes são mantidos sob rigoroso sigilo, os pesquisadores utilizaram um anticorpo encontrado na gema do ovo, tornando possível o isolamento de um dos cromossomos.

O roteiro do procedimento montado pelos pesquisadores capixabas começa com a coleta do sêmen do touro, utilizando-se equipamento especial. Em seguida o material é levado ao laboratório , onde é submetido ao processo de imunossexagem que viabiliza a determinação do sexo do animal por meio da imunologia. A técnica dos capixabas consiste na separação dos espermatozóides pelo sexo masculino ou feminino. Com o processamento da inseminação artificial pelo próprio pecuarista, ele fica sabendo se o animal será macho ou fêmea.

Depois de passar pelo processo de imunossexagem o sêmen sexado pode ser congelado ou fertilizado in-vitro, em ovócito e ser transportado para a vaca receptora pelo processo tradicional de transporte de embrião.

Todas as pesquisas, a oficialização e patenteamento da revolucionária técnica são coordenados pelo pesquisador Gilson Mendes, da Facastelo e Fundação Oswaldo Cruz e pelo imunologista Marcos Fernando de Resende Mata, da Universidade Estadual Fluminense.

Abre-se, portanto, com a oficialização desta conquista biotecnológica, duas importantes vertentes produtivas, favorecendo por um lado os criadores e produtores de gado leiteiro e, por outro, os que trabalham com gado de corte, aspectos estes que serão levados em conta pelos pecuaristas no momento da imunossexagem.

J.C.Monjardim Cavalcanti ([email protected])

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