Lula: Reforma agrária será feita com objetividade

"A reforma agrária vai ser feita com a objetividade necessária, mas dentro de prioridades. O problema nosso não é apenas assentar. Experiência de colocar miseráveis num canto a gente já teve. O trabalho é mais duro, é organizar os trabalhadores em cooperativas, levar a tecnologia para o campo. Construir combinação entre produção, industrialização e comercialização. Temos que discutir nos assentamentos que tipo de casas vamos fazer. É preciso construir um novo modelo de escola, um novo modelo de saúde. Não quero repetir as mesmices que já foram feitas nesse país. Quero fazer melhor, com mais tranqüilidade", destacou Lula.

Em discurso para trabalhadores sem terra, líderes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) e da CPT (Comissão Pastoral da Terra), em Brasília, o presidente ressaltou, também, a busca por um comércio exterior igualitário e rechaçou a questão dos subsídios agrícolas dos países desenvolvidos, em uma referência às negociações da Alca (Área de Livre Comércio das Américas).

Campo e cidade

O governo Lula tem compromisso com a reforma agrária e com a produção tanto no campo quanto na cidade. A afirmação foi feita, também na tarde desta sexta-feira, pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto.

"No primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vamos trabalhar e garantir acesso à terra a mais de 530 mil famílias, o que significa 2,5 milhões de emprego e trabalho", anunciou, de acordo com informações da Agência Estado.

Durante o Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo, realizado no Parque da Cidade, em Brasília, Rossetto disse que a preocupação do governo é garantir tranqüilidade aos trabalhares do campo. "Queremos a paz no campo", disse.

O ministro disse, ainda, que o objetivo do governo Lula é que todos os trabalhadores sem terra sejam assentados e possam trabalhar. "Vamos ousar muito neste primeiro mandato do presidente Lula. Esse é um momento histórico. A reforma agrária é a volta do agricultor à raiz", ressaltou.

Ao lado do governo

O líder da coordenação nacional do MST, João Pedro Stédile, agradeceu ao presidente e disse que a maneira mais barata de gerar emprego é investir na agricultura familiar e na reforma agrária: "Muito obrigado, presidente, por ter vindo aqui. A sua presença e seu gesto revelam o sentimento de companheirismo."

Stédile disse, também, que o presidente da República está confirmando que não se preocupa somente com números e matemática, mas demonstrando que coloca em primeiro lugar a vida e os sentimentos. Stédile destacou que a reforma agrária é urgente e necessária e se colocou ao lado do governo: "Não tenho medo. Nós seremos soldados nessa batalha", disse ele.

Juízo

Ainda durante o discurso, o presidente voltou a afirmar que construirá "o Brasil que sonho". Lula disse que pretende buscar ajuda de todos os seguimentos da sociedade.

"Esse país inteiro junto, todos os seguimentos da sociedade, haverá de construir o Brasil que eu sonho. Cada um de vocês tem alguns anos de tarimba nas costas. Façam o que tem que fazer, mas façam com juízo, Se não quem perde é a parte mais humilde", afirmou, ao encerrar seu discurso.

Partido dos Trabalhadores

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