Brasil vai ajudar Angola a implantar o Fome Zero

O ministro extraordinário da Segurança Alimentar e Combate à Fome, José Graziano, disse, nesta segunda-feira, em Luanda, capital de Angola, que o programa Fome Zero deverá ter uma versão emergencial implantada em Angola nos próximos anos.

Segundo informações da Agência Brasil, o plano deve incluir a cooperação brasileira na forma de doação de sementes, capacitação de técnicos em agropecuária e apoio à pesquisa, cujo objetivo é auxiliar na recuperação da agricultura familiar, que ocupa cerca de dois terços dos cerca de 14 milhões de angolanos.

Graziano participou de reunião bilateral com o vice-ministro da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário de Angola, Zacarias Sambeny, além do presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Cleyton Campanhola, e de representantes da FAO (sigla em inglês para Organização de Alimentos e Agricultura, da ONU – Organização das Nações Unidas) nos dois países.

Segundo Graziano, o vice-ministro quer ajuda para a montar um Fome Zero em Angola. Se concretizado, esse será o primeiro acordo efetivo de cooperação do programa fora do país.

Atualmente, Angola recebe doações internacionais de gêneros alimentícios por meio do World Food Program. Segundo João Bosco Monnerat, representante da FAO que trabalha em projeto do Ministério da Agricultura brasileiro, esse apoio deve acabar em, no máximo, 5 anos.

Até lá, a idéia é que esse plano de transição inspirado no Fome Zero brasileiro possibilite a reestruturação da agricultura familiar em Angola. "A fase de emergência tende a terminar. Se chover bem, daqui a 2 ou 3 anos os refugiados que estão voltando para suas terras de origem já terão condições de se sustentar", acredita.

Os 27 anos de guerra civil em Angola produziram entre 3 e 4 milhões de refugiados. Em busca de segurança, a maioria deles se dirigiu a Luanda, a capital do país, que chegou a abrigar 6 milhões de pessoas (na década de 70, a cidade tinha menos de 1 milhão de habitantes). Após o fim dos conflitos, em 2002, eles passaram a voltar para sua vida de camponeses.

O país já foi grande produtor agrícola antes do início da guerra pela Independência, nos anos 60. Na época colonial, no início do século XX, Angola rivalizava com o Brasil na produção de café.

Partido dos Trabalhadores

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