Hoje, a maioria das instituições dedica mais de 90% do seu dinheiro em despesas de funcionamento. Têm razão os estudantes: as suas propinas, em vez de pagarem as prometidas melhores condições de estudo, servem para pagar salários, papel higiénico, luz e água.
Inscrevendo, no Pacto de Estabilidade e Crescimento, um crescimento nominal zero para o Ensino Superior no prazo de quatro anos, o governo demonstra que não tem nenhuma ideia para a qualificação do país e dos portugueses que não passe por cortar verbas onde elas podem acrescentar ganhos de qualificação e competitividade.
Depois do ano passado ter retirado, em termos reais, 6% às verbas do ensino superior, o governo apresenta mais um orçamento que, em termos nominais, se contenta com um a redução de 1,5% para as universidades e 3,2%. É esta a absoluta originalidade deste governo. Nunca, em nenhum país, algum governo aumentou as propinas enquanto diminuía as verbas do ensino superior.
Por tudo isto, o Bloco de Esquerda solidariza-se assim a manifestação de hoje dos estudantes do ensino superior, as vítimas directas de uma política que compromete o futuro do país em nome de um cego cumprimento orçamental em que já ninguém acredita, a começar pelo governo. www.bloco.org
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter