Portugal: Banco Alimentar em campanha

Os Bancos Alimentares Contra a Fome voltam a apelar à generosidade dos portugueses, numa altura de crise em que a solidariedade é mais do que nunca necessária, através de uma nova campanha de recolha de alimentos no fim-de-semana de 28 e 29 de Novembro. A maior acção de voluntariado organizada no nosso País irá mobilizar aproximadamente 27 mil pessoas unidas pela mesma causa. Durante o primeiro semestre o Banco Alimentar contribuiu para a alimentação de mais de 267 mil pessoas, com comprovadas necessidades, através de 1650 instituições que acompanha na sua actividade.

Esta nova campanha assume especial importância num momento em que o nosso país atravessa uma das mais graves situações sociais das últimas décadas. Numa época em que muitas famílias portuguesas se encontram em dificuldades, a partilha e a solidariedade são mais do que nunca necessárias. Os desempregados, os idosos, as crianças e as famílias desestruturadas são os grupos mais atingidos pela situação de forte agravamento da situação económica que se vive em Portugal e no Mundo. Para fazer face a um crescente número de pedidos de apoio que tem vindo a chegar aos Bancos Alimentares contra a Fome é forçoso que estes alarguem a sua capacidade de resposta. Concretizar esse objectivo e minorar as carências alimentares das pessoas necessitadas é a proposta lançada uma vez mais a toda a sociedade civil: contribuindo com trabalho voluntário e com alimentos é possível fazer a diferença.

A combinação da solidariedade generosa dos portugueses e da eficácia comprovada da acção dos Bancos Alimentares Contra a Fome na tentativa de minorar a penosa realidade das carências alimentares, constitui a prova evidente de que a sociedade civil se pode - e deve - substituir-se com vantagem ao Estado na resolução de alguns dos problemas com que se confrontam as sociedades modernas, tornados recentemente ainda mais evidentes e agravados pela crise económica, que trouxe consigo um significativo abrandamento da actividade e um brutal e súbito agravamento do desemprego.

De Norte a Sul do País

A campanha deste fim-de-semana decorre nos moldes tradicionais: nos estabelecimentos comerciais das zonas de Lisboa, Porto, Coimbra, Évora e Beja, Aveiro, Abrantes, São Miguel (Açores), Setúbal, Cova da Beira, Leiria, Fátima, Oeste, Algarve, Portalegre e Braga. Voluntários devidamente identificados vão convidar os portugueses a associarem-se a esta campanha e a destinarem as suas dádivas ao Banco Alimentar da respectiva região. Para participar nesta campanha, basta aceitar um saco do Banco Alimentar e nele colocar bens alimentares para partilhar com quem mais precisa. São privilegiados os produtos não perecíveis, tais como leite, atum, conservas, azeite, açúcar, farinha, bolachas, massas, óleo, etc..

O produto da campanha, ainda com recurso ao voluntariado, será distribuído de imediato localmente a pessoas com carências alimentares comprovadas através de mais de 1.650 Instituições de Solidariedade Social previamente seleccionadas e acompanhadas ao longo de todo o ano por voluntários visitadores.

Este modelo de intervenção permite assim uma grande proximidade entre quem dá e quem recebe e possibilita o desenvolvimento de um trabalho de inclusão social que vai para além do mero assistencialismo.

Campanha “Ajuda Vale”

Em simultâneo com a campanha tradicional de recolha vai ainda decorrer até dia 6 de Dezembro a campanha "Ajuda Vale", em todas as lojas das cadeias Dia / Minipreço, El Corte Inglês, Jumbo / Pão de Açúcar, Lidl, Modelo / Continente, Pingo Doce e Feira Nova.

Nesses estabelecimentos serão disponibilizados em suportes próprios vales de seis produtos considerados básicos à alimentação (massas, azeite, óleo, leite, salsichas e atum). Cada cupão representa uma unidade do produto (por exemplo, "1 litro de azeite", "1 litro de leite", etc.). Este cupão, para além de mencionar que se trata de uma entrega destinada aos Bancos Alimentares Contra a Fome, refere de forma clara a identificação do tipo de produto, a respectiva unidade e inclui um código de barras próprio, através do qual é efectuado o controlo das dádivas.

Ao efectuar o pagamento, o dador entrega o cupão "Ajuda Vale" na caixa registadora e os produtos ficam claramente identificados no ticket de caixa. A logística de transporte para os Bancos Alimentares contra a Fome fica a cargo de cada uma das cadeias de distribuição. Através desta nova modalidade, cuja execução será auditada externamente, os Bancos Alimentares Contra a Fome conseguirão chegar à quase totalidade das localidades do País, promovendo ainda mais uma lógica de proximidade e de facilidade de contributo. Também na rede de lojas Payshop, 3.300 lojas espalhadas por todo o país, é possível contribuir para esta campanha, fazendo uma doação em dinheiro que será convertida em leite e dará lugar à emissão de recibo.

Ao longo de 2009 foram apoiadas 1.650 instituições

De acordo com os dados da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares contra a Fome, no primeiro semestre de 2009 foram apoiadas com produtos 1.650 instituições, que concederam ajuda alimentar a mais de 267 mil pessoas comprovadamente carenciadas.

No ano passado os quinze Bancos Alimentares Contra a Fome em actividade distribuíram um total de 17 500 toneladas de alimentos (equivalentes a um valor global estimado superior a 26,2 milhões de euros), ou seja, um movimento médio de 69,6 toneladas por dia útil.

Banco Alimentar Contra a Fome

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Author`s name Pravda.Ru Jornal
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