Fahed Daher
Somente pressão de altos interessados no lucro fácil pode ter levado a câmara dos deputados a aprovar uma lei das mais absurdas socialmente.
Que uma dúzia de deputados possa estar interessada na exploração dos jogos de azar (e a expressão está correta porque o apostador está 95 por cento das suas apostas no azar) não cabe que mais da metade de 500 deputados não tenham examinado a calamidade social que estão criando.
A alegação maior para a aprovação desta lei é a de conseguir, com as apostas, maior volume de impostos que supostamente beneficiariam à população.
Mentira. Seria a idéia de as famílias aplicarem seus parcos rendimentos no jogo para, a seguir, serem atendidas pelas esmolas das verbas governamentais e, famílias agradecidas, votarem nas candidaturas destes supostos bem feitores.
Mentira. Estes impostos ou supostos impostos não chegarão à mesa, especialmente das famílias de mediar ou baixa renda, observando especialmente que esta massa de apostadores fascinados pela ância de ganhar, prejudica o orçamento doméstico já tão mesquinho e suado.
O verdadeiro ganho estará sempre nas mãos dos que bancam os jogos, onde a sonegação será sempre fácil pelo motivo de que em cada aposta não haverá nota fiscal e não haverá fiscais governamentais em número suficiente para controlar o giro das apostas, nem os ganhos.
Entre os apostadores, aos milhares, deixarão seus míseros salários nas mesas de jogos e a propagando do sucesso dos ganhadores se fará em torno de dois a três por cento dos felizardos daquele momento, sem contar o número de derrotas ou insucessos que tiveram em outras apostas.
Tal prática atrairá aventureiros estrangeiros que usarão laranjas miseráveis nacionais para exercer esta exploração aviltante.
Note-se que em bingos ainda existentes e clandestinos que a fiscalização não vê a grande freqüência é de mulheres.
Agressão ao orçamento doméstico e o aumento da miséria e da criminalidade.
Certo será, se quiserem colocar o Brasil na faixa dos paises ricos, será autorizar cassinos em pontos turísticos, longe dos grandes concentrados urbanos, onde poderão ou deverão estar freqüentadores abonados para os quais o prejuízo do ganha perde não será de formas a atrair mais miséria e o controle fiscal se fará mais eficientemente.
Já nos bastam as apostas das loterias oficiais de onde o volume de arrecadação pelo governo é incalculável e até agora não se viu publicações de aplicação deste dinheiro governamental.
Também tipo de apostas nas quais, pelo fascínio de querer ganhar, milhões entregam seus parcos reais nas bancas lotéricas e o ganho que acontece é para um apenas. Empobrecimento especialmente de municípios do interior.
Esta aprovação de liberação de bingos e caça níqueis pela câmara de deputados revela baixo índice de conhecimento da nossa população e mantém a tônica da legislação em causa própria.
Na seqüência de escândalos, para eles, o Brasil que se exploda.
Resta a esperança de o senado se redimir dos recentes escândalos e dar o grito de uma moralização.
Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (SOBRAMES)
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