Genoino: Dissidentes estão praticamente fora do PT

O presidente nacional do PT, José Genoino, disse hoje no telejornal "Bom Dia Brasil", da Rede Globo, que os deputados federais petistas que votaram contra a proposta de emenda constitucional da reforma da Previdência estão praticamente fora do partido. Outros oito parlamentares do PT que se abstiveram deverão ter sua situação discutida pelo Diretório Nacional, de acordo com Genoino. Do total, 80 parlamentares petistas votaram a favor da reforma, e houve uma ausência.

Luciana Genro (RS), João Batista Babá (PA) e João Fontes (SE) votaram contra o texto principal do relator, o deputado federal José Pimentel (PT-CE). "Estão praticamente fora do partido. Eles fizeram uma opção formal em atacar o PT e agora espero que eles sejam coerentes e transparentes. Eles não têm laço nenhum com o partido", declarou Genoino.

Abstenções Genoino disse também que a direção do PT vai analisar a situação dos oito deputados federais que se abstiveram da votação do texto principal. Os parlamentares são Walter Pinheiro (BA), Chico Alencar (RJ), Ivan Valente (SP), Maninha (DF), Orlando Fantazzini (SP), João Alfredo (CE), Paulo Rubem (PE) e Mauro Passos (SC).

"Nós achamos que foi uma atitude intransigente e de desrespeito ao partido, à bancada e à função do PT de tomar uma atitude. Houve um esforço do partido para que essas pessoas fizessem uma declaração de voto e votassem com a bancada. É evidente que eles terão um tratamento diferente em relação aos outros três, que tiveram uma atitude durante esse processo. Mas serão avaliados pelo Diretório Nacional", disse Genoino. "Não queríamos votar contra o partido, mas ao mesmo tempo não poderíamos votar contra nossas consciências", disse Ivan Valente.

Em julho, o Diretório Nacional do PT aprovou resolução em que fechava questão a favor da votação da reforma da Previdência. A decisão foi ratificada pela Comissão Executiva Nacional na semana passada. A resolução do DN também destacava que, por se tratar de uma questão técnica e política, não se aplicaria no caso o disposto no § 2° do Artigo 67 do estatuto do PT, relativo à dispensa do cumprimento de decisão coletiva motivada por "graves objeções de natureza ética, filosófica ou religiosa, ou de foro íntimo".

O líder da bancada petista na Câmara, deputado federal Nelson Pellegrino, quer que a questão seja discutida com serenidade. "Com calma, devemos conversar com os companheiros e analisar o que deve ser feito. Mas não defendo a punição", afirmou Pellegrino. O presidente da Câmara, deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), também disse que é preciso calma na decisão sobre quem se absteve. "Acho que os que se abstiveram, tiveram suas razões. Agora temos de conversar com eles para saber essas razões", disse João Paulo.

Declaração de voto Outros 24 deputados federais do PT votaram a favor do texto mas fizeram declaração de voto em posição anunciada na tribuna por Iriny Lopes (ES). A deputada disse que o grupo votaria a favor do projeto, mas continuaria lutando para que o governo Lula mudasse a agenda e iniciasse uma nova fase para o crescimento econômico e a inclusão social.

Além de Iriny, assinam a declaração os deputados Tarcisio Zimmermann (RS), Iara Bernardi (SP), Wasny de Roure (DF), Doutor Rosinha (PR), Guilherme Menezes (BA), Luiz Alberto (BA), Lindberg Farias (RJ), Luciano Zica (SP), Henrique Fontana (RS), Fernando Gabeira (RJ), Gilmar Machado (MG), Selma Schons (PR), Fátima Bezerra (RN), Adão Pretto (RS), Terezinha Fernandes (MA), Antonio Carlos Biscaia (RJ), Luci Choinacki (SC), Cláudio Vignatti (SC), Jorge Boeira (SC), João Grandão (MS), Ary Vanazzi (RS), Ivo José (MG) e Orlando Desconsi (RS).

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