Lula: Greve não deve atrapalhar reforma

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta terça-feira, em São Paulo, que a paralisação de servidores públicos federais não deve atrapalhar a tramitação da reforma da Previdência no Congresso, ressaltando ainda que "a greve é um direito universal". Lula concedeu rápida entrevista ao deixar a 35ª Francal (Feira da Indústria de Calçados, Acessórios de Moda, Máquinas e Componentes), após participar da abertura do evento, informou a Agência Brasil.

Servidores públicos federais iniciaram as paralisações em protesto contra a proposta de reforma da Previdência. Em Brasília, um ato em frente ao Ministério da Previdência reuniu pelo menos 200 pessoas. Os servidores defendem a retirada da proposta da reforma ou a suspensão da tramitação para que seja negociados pontos da medida, como a fixação do teto salarial e a contribuição solidária dos inativos.

O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, afirmou que o governo continua aberto ao diálogo com os servidores, afirmando acreditar na possibilidade de avanço nas negociações. Dirceu lembrou, no entanto, que os grevistas terão de assumir as conseqüências administrativas do movimento. "Evidentemente, na lei, da mesma forma que existe o direito à greve, existem os ônus de se fazer greve", afirmou.

De acordo com o ministro, "o problema é que um setor dos servidores públicos não quer negociação, quer a retirada da proposta de emenda constitucional, e isso não é possível, isso o governo não fará". Segundo ele, os líderes do governo no Congresso estão à disposição dos servidores, e a bancada governista busca uma alternativa que atenda a todos a categoria, mas que preserve as bases da reforma.

Congresso O presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), afirmou que os deputados vêm promovendo com membros de entidades de servidores, do Judiciário e com os governadores, entre outros. "Mas as pessoas ainda não estão percebendo esse movimento", disse ele, destacando também que greves fazem parte da democracia e do jogo democrático.

Nesta quarta-feira, dia 9, a reforma da Previdência será o principal assunto de um café da manhã na casa de João Paulo, ao qual devem comparecer os líderes dos partidos da base aliada. Para o líder do PT na Câmara, Nelson Pellegrino (BA), o governo continua apostando na negociação com os servidores.

Adesão Em Brasília, o movimento teve adesão parcial de funcionários da Biblioteca Nacional, da Fundação Nacional de Saúde, do Banco Central, do Incra e do Ibama, segundo informações preliminares. Participam da mobilização do Sindisep-DF (Sindicato dos Servidores Públicos no Distrito Federal), do Sintrasef (Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal), da Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais) e do Sindipol (Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal).

No Rio de Janeiro, segundo sindicatos, houve mais de 50% de adesão à greve, com participação também de servidores de outros órgãos e autarquias federais, como a Fiocruz, Comissão Nacional de Energia Nuclear e a UFRJ. Em Santa Catarina, também participaram funcionários dos ministérios da Agricultura e do Trabalho, da Justiça Federal, da Funai, da UFSC e do INSS, com adesão considerada alta, segundo sindicatos.

Partido dos Trabalhadores

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