Há quase vinte anos o meu já falecido pai, dirigiu-se aos serviços da Embaixada de S.Tomé e Príncipe em Lisboa, solicitando que lhe fosse emitido um passaporte. Foi-lhe negado. Tinham ordens para tal.
Era ele santomense. Viviamos um período de alguma paranóia politica e como, todos recordarão ele era a favor do multipartidarismo, razão suficiente para não ter direito a um passaporte santomense.
Tudo era permissível na altura. Estavamos em ditadura.
Em 2008 as autoridades santomenses num claro desrespeito pela livre escolha dos cidadãos, voltam ao mesmo, mas de forma sofisticada.
Não emitem passaportes aos cidadãos, com alegações incompreensíveis, só aceites em estados desrestruturados e em desordem. Emitem sim os passaportes diplomáticos, aqueles que aos quais as autoridades até já perderam as contas. Claro que convém, e até dá jeito, nem que seja para fazer favor a um amigo ou algum estrangeiro que queira safar-se.
No estrangeiro, dezenas de santomenses têm as suas vidas comprometidas, não podem tratar dos seus documentos, nem viajarem para mais parte alguma. No país o problema põe-se da mesma forma.
Será o regresso da ditadura, onde a liberdade de escolha é reprimida?
Santomenses uni-vos em pról da LIBERDADE
Danilo Salvaterra
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