Reformas encontram problemas

O que está acontecendo nas reformas previdenciária e tributária é sintomático da situação no Brasil, onde grassa a noção de que as reformas estão a ser feitas de maneira cosmética, não chegando à profundidade necessária para efetuar uma mudança real e duradoura.

A decisão de introduzir uma taxação dos servidores públicos inativos com rendimentos superiores a 1. 058 RS resultou na convocação duma greve, marcada para quarta e quinta-feira, decidido no plenário nacional dos servidores públicos no sábado passado.

Num comunicado público, os 800,000 servidores públicos federais reclamam que é uma opção “de quem quer ajustar as contas públicas sem mexer no andar de cima e considera mais barato prejudicar os segmentos que, ao longo da história, vêm pagando a conta em nosso país”.

Se os servidores não estão satisfeitos, os políticos nem se dão o trabalho de irem trabalhar, tanto é o desinteresse e falta de responsabilidade. Tudo mudou mas tudo ficou igual. Dos 57 deputados da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados que foram convocados para as discussões oficiais das reformas da previdência e tributária, só 25 apareceram e assim a CCJ não teve o quorum necessário para iniciar a reunião.

Se as propostas para as reformas criam furor entre os servidores e nem sequer conseguem estimular os políticos a discuti-las, parece que nem tudo vai bem. Há os que levantam a sua voz em crítica, os deputados federais João Batista Araújo, Babá, Lindberg Farias e Luciana Genro, que juntamente com a senadora Heloisa Helena, reclamaram em público contra as reformas, pelo que irão ser sujeitos a um processo de disciplina.

A Comissão de Ética do PT irá analisar se estes “radicais” demonstraram desrespeito pelas normas partidárias, uma medida que já provocou uma onde de críticas. Chico Alencar, Deputado do PT para Rio de Janeiro considera que uma comissão de inquérito pode ter efeitos negativos para o governo, porque os mais temidos ficarão com mais medo e os menos temidos começarão a demonstrar sua independência.

Para o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (SP), “A decisão foi um erro. Eu acho que o tiro pode sair pela culatra”, enquanto Eduardo Suplicy (SP), disse à imprensa: “Creio que a comissão de ética, mais do que chegar a uma deliberação, deverá ter uma ação catalisadora de um entendimento construtivo que, na medida do possível, procure reconhecer os valores desses parlamentares na história do PT”.

Enfim, é essa a democracia…embora parece que qualquer tentativa do Lula fazer algo, encontra uma chuva de críticas. Há que saber porquê e onde está o mal, para este país se levantar e começar a tomar o seu devido lugar no palco das relações internacionais.

Márcia MIRANDA PRAVDA.Ru

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