Falha humana poderia provocar o acidente com o Airbus A320, no aeroporto de Congonhas, deixando 199 mortos, admitiu ontem (13) o comandante da TAM Alex Frischman, segundo a Agência Câmara. "O fator humano é uma possibilidade. Não poderia dizer se foi o fator humano ou material que contribuiu mais para o acidente."
Frischmann observou que a inoperância do reverso direito (equipamento auxiliar para desaceleração da turbina) não confunde os procedimentos de pouso. De acordo com Frischmann, o co-piloto mencionou que o aparelho estava inoperante porque isso faz parte do briefing (checagem de procedimentos antes do pouso ou decolagem).
O grau de automatismo do Airbus A320 não anula a ação do piloto, segundo Frischmann. "O Airbus tem realmente alto grau de tecnologia de automoção, mas o piloto pode retomar o controle da aeronave a qualquer momento. Apesar de toda a tecnologia, o Airbus exige a confirmação de todos os procedimentos."
O comandante da TAM observou que a companhia já está providenciando equipamento que alerta quando os manetes estão em posições incorretas. "A TAM não tinha o aparelho antes porque não estava descrito nas recomendações da Airbus", comentou.
Na opinião de Frischmann, ainda é preciso aguardar a posição do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) para verificar se não houve falha mecânica ou no computador do avião. A fabricante divulgou uma nota negando falhas no equipamento. "A Airbus fez a análise por conta dela", ponderou.
O comandante disse ainda que o A320 pode pousar com segurança em pista curta e molhada, mesmo com capacidade máxima de peso - como eram as condições no momento do acidente. Ele não soube dizer se a tragédia poderia ter sido evitada se o aeroporto de Congonhas possuísse uma área de escape.
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