Condecoração de militares: Governo envolve exército em combate que perdeu

Agora percebe-se o verdadeiro envolvimento do governo português com a coligação guerreira que invadiu o Iraque. Não contente com a oferta do cenário açoriano para o anúncio da guerra, Paulo Portas não hesitou em envolver o exército português na linha da frente do combate mediático para o qual, manifestamente, os apoiantes do executivo não se tinham revelado à altura. Mesmo que se pudesse afirmar - como o fez o Ministério da Defesa -, que os militares em “missão” na comunicação social “cumpriram milimetricamente a distância recomendável face a quaisquer questões políticas, que, obviamente são para políticos e não para militares”, o ministro Paulo Portas nunca poderia escusar-se a ser o único responsável pelo lamentável envolvimento e aproveitamento político que o governo fez dos três ramos das Forças Armadas portuguesas. O que todos os portugueses viram, e viram todos os dias, foram militares fardados, representando, por isso, os pontos de vista da instituição militar no seu todo. A natureza do próprio conflito, impediu, de resto, que qualquer comentário se tenha situado apenas no “plano técnico”. Numa atitude inédita, Paulo Portas condecora a sua própria decisão de autorizar o destacamento de um conjunto significativo de oficiais dos três ramos das Forças Armada para, fardados, e em nome da instituição militar, tentarem ganhar a mais importante batalha que o governo nunca conseguiu vencer: o apoio da sociedade portuguesa, que sempre se opôs a esta guerra injusta e ilegal.

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