O líder do Partido Democrata Fernando de Araújo, de 45, foi eleito hoje pelo Parlamento do Timor-Leste como presidente da Câmara, durante a sessão plenária na qual ocuparam suas cadeiras os deputados escolhidos no pleito de 30 de junho, informa Efe.
Araújo substitui Francisco Guterres, da Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (Fretilin), na Presidência do Parlamento unicameral de 65 cadeiras.
Apesar de a escolha ter sido por unanimidade, o Legislativo se encontra dividido sobre quem será o próximo primeiro-ministro, porque nenhum partido conseguiu o número suficiente de deputados para governar sozinho.
O líder timorense José Ramos Horta, disse que em meados desta semana anunciará o agrupamento ou plataforma à qual encarregará de formar Governo.
O Fretilin venceu o pleito com 21 deputados, seguido pelo Conselho Nacional para a Reconstrução do Timor-Leste (CNRT), com 18; a coalizão ASDT-PSD, com 11; o Partido Democrata (PD), com oito; o Partido de União Nacional (PUN), com três, e a aliança KOTA-PPT e o Partido de União Nacional da Resistência Timorense (Undetim), com dois cada.
CNRT, ASDT-PSD e PD, que juntos controlam 37 cadeiras, se uniram após as eleições e propõem como primeiro-ministro Xanana Gusmão.
Gusmão, uma das personalidades timorenses mais respeitadas pelo povo, dirigiu a resistência armada contra a ocupação indonésia (1975-1999), passou vários anos preso, foi o primeiro presidente do país após a independência (20 de maio de 2002) e em março fundou a CNRT para apresentar uma alternativa de Governo ao Fretilin.
A Constituição estabelece o partido mais votado seja encarregado da formação de um Governo.
O Timor-Leste atravessa desde a primeira metade de 2006 uma crise política, agravada com surtos de violência que levaram dezenas de milhares de pessoas a centros de refugiados.
Esperava-se que as eleições parlamentares permitissem formar um Governo forte e encerrar a crise.
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