Tragédia Vôo TAM 3054: uma tragédia anunciada

O acidente com o Boeing da Gol em setembro de 2006 revelou a ponta de um iceberg. Mas parece que não foi suficiente. Deu-se início ao caos nos aeroportos, greves de controladores de vôos, tornou-se público a falta de estrutura e sobrecarga de trabalho dos controladores, assim como reacendeu os olhares a um problema mais antigo: falta gerenciamento do governo federal em um dos principais setores do País.

Nesses últimos dez meses, houve a explosão da crise aérea e voar passou a ser sinônimo de receio, indignação e desrespeito. Nos aeroportos filas intermináveis, esperas e cancelamentos de vôos.

A precariedade das condições dos aeroportos foi denunciada pelos trabalhadores das empresas, por controladores de vôos e sindicatos. Controladores de vôos mobilizaram-se em greves, mas parece que não serviu para alertar a sociedade e governo a respeito dos graves riscos. Ao contrário, foram censurados e alguns deles presos.

Em menos de dez meses, a tragédia com o vôo 3054 da TAM em São Paulo ocasionou mais 170 vitimas. Parece ter sido a confirmação de uma triste previsão. O reflexo do descaso de governantes e da passividade da população.

Mas o problema não é tão recente. Em um período de quatro anos a Força Aérea Brasileira sofreu um corte de quase R$ 600 milhões. Em decorrência desse corte, houve o estabelecimento de prioridades e, por conseguinte, uma série de investimentos sofreu atrasos mesmo com a ciência do crescimento da demanda no setor aéreo.

Por parte das autoridades, muito se falou com o intuito de ofuscar o que realmente estava acontecendo. As mais absurdas declarações foram dadas e o despreparo ficou evidente. O desrespeito para com o cidadão também.

Quantas vítimas mais terão que surgir para que haja seriedade no tratamento dos problemas enfrentados pela aviação brasileira?

Rebeka Holanda

BRASIL

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