Lula: O Nordeste não pode continuar sendo uma faixa no mapa reprodutora de pobreza. Nós somos exportadores de pobres para os estados mais ricos. Mas não precisamos continuar sendo a parte mais atrasada do Brasil. Quero dividir o pão. Com estas palavras, e de maneira inflamada, encerrou no início da tarde de hoje a solenidade de liberação de R$ 1,3 bilhão em recursos provenientes do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) em Pernambuco.
Para uma platéia numerosa, que lotou o Teatro Guararapes, no Centro de Convenções, em Olinda, Lula lembrou que esta é apenas uma fatia do PAC voltada para obras de saneamento básico e habitação e que o programa envolve um investimento total de R$504 bilhões que vão mexer na economia até o ano de 2010, com intervenções em rodovias, ferrovias, pontes, hidroelétricas, portos e aeroportos.
Ele aproveitou para alfinetar os antecessores: Nem sempre no Brasil a classe política levou a sério a questão de saneamento básico nas periferias. Lula lembrou da infância, quando bebia água não filtrada, tirada de barreiros e quando as casas onde morava alagavam com freqüência, revelando o suplício de não ter saneamento e abastecimento de água.
Lula lamentou que a burocracia na execução das intervenções que, segundo ele, fazem com que as obras só comecem em quatro ou cinco meses: O mais importante não é só o dinheiro depositado e o projeto pronto. É preciso transformar em obras concretas. É preciso agilizar esse segundo passo.
Ele lembrou a importância do esforço dos governos estaduais e municipais e apontou o projeto como um propulsor de geração de renda. É o maior investimento em saneamento da história do Brasil, que vai gerar renda mão de obra qualificada e elevar o padrão de vida da sociedade, dando esperança aos jovens.
O presidente adiantou que investimentos futuros em conjunto com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) terão como prioridade a área da saúde, como foco nas regiões onde existem doenças como malária e mal de Chagas, mazelas crônicas evitáveis.
Antes de falar, Lula foi aplaudido de pé por toda a platéia que lota o Teatro Guararapes. Na ocasião, uma mulher ofereceu uma flor ao presidente.O discurso de Lula foi precedido pelo do governador Eduardo Campos, que falou por cerca de 20 minutos. Antes disso, houve a assinatura oficial dos projetos, pelos prefeitos dos municípios de Recife, João Paulo; de Olinda, Luciana Santos; do Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral, e de Paulista, Ives Ribeiro.
Até 2010, o estado deve receber cerca de R$ 20 bilhões, um quarto do que foi destinado ao Nordeste (R$ 80,4 bilhões). Esta primeira leva de recursos deverá ser utilizada em 80 projetos de saneamento, urbanização e habitação, a maioria na Região Metropolitana do Recife (RMR).
Do Centro de Convenções, Lula ele segue direto para o Aeroporto dos Guararapes. A decolagem para Salvador está prevista para as 12h10. Na capital baiana, Lula também assina a liberação de recursos do PAC.
O programa foi lançado no início do ano e prevê investimentos de R$ 503,9 bilhões em todo o país, em obras de infra-estrutura logística, energética, social e urbana. Destes, R$ 67,8 bilhões sairão do orçamento fiscal e da seguridade, enquanto que R$ 436,1 bilhões serão bancados por estatais federais e pela iniciativa privada. No final de junho Lula começou a percorrer os estados anunciando os investimentos. Ele já esteve em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Ceará, que recebeu R$ 980 milhões.
Fonte Redação do PERNAMBUCO
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