Vão demorar ainda mais a sair as respostas do caso Renan Calheiros. Ontem, o presidente do Conselho de Ética do Senado, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), durante o ato de nomeação da comissão de relatores da representação do PSOL contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), resolveu anular o primeiro parecer apresentado sobre o caso. A resolução faz com que as apurações sobre a possível quebra de decoro parlamentar recomecem praticamente do zero. Renan é acusado de ter despesas pessoais pagas por um funcionário da Construtora Mendes Júnior.
Quintanilha teria considerado prejudicado o relatório apresentado anteriormente pelo senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA), que pedia o arquivamento do processo. "O senador entendeu que essa medida deixa os novos relatores do caso mais à vontade para apresentar o resultado de suas análises", explicou um assessor de Quintanilha ao Jornal de Brasília.
O novo parecer, que vai ser elaborado pelos senadores Almeida Lima (PMDB-SE), Marisa Serrano (PSDB-MS) e Renato Casagrande (PSB-ES), ainda não tem data definida para ser apresentado. A expectativa é de que seja concluído após o recesso parlamentar, que só termina em 1º de agosto. Segundo Casagrande, a conclusão dos trabalhos de investigação e a votação do relatório do processo não deve ocorrer antes de 45 dias.
Mais amplo
Para os relatores, o segundo relatório deve ser mais amplo porque vai conter não só a avaliação das consultorias jurídicas, como a conclusão da perícia realizada pela Polícia Federal sobre a documentação entregue por Renan. A PF já avisou que deve fechar as análises em um prazo máximo de 20 dias. Marisa afirma que tem conversado com os colegas para chegar a um relatório único. "Espero realizemos um relatório conjunto correto, isento e sério. Eu vou fazer um trabalho sério, para aprofundar as investigações e oferecer aos senadores do Conselho de Ética condições de votar tendo conhecimento de tudo o que aconteceu", disse Marisa, que considerou a anulação positiva.
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) acredita que a medida pode adiar as investigações. "Não vejo, em um primeiro momento, com bons olhos. Esse caso tem que ser respondido para os senadores e para a sociedade o mais rápido possível. O documento poderia continuar pelo menos auxiliando a base das investigações. Mas se for para trazer novos elementos e questões mais sólidas, será positivo", disse Buarque.
Fim de prazo
Termina hoje o prazo que a Polícia Federal concedeu para que o PSOL entregue ao Conselho de Ética uma relação com questionamentos sobre o caso Renan. Já o presidente do Senado tem até o final da semana para complementar a documentação e apresentar novos comprovantes que ajudem sua defesa. As dúvidas do PSOL serão analisadas pela PF e encaminhadas para os relatores.
Uma das questões que será levantada é a evolução patrimonial de Renan de 2002 a 2006 e das obras da mandes Júnior que foram realizadas com dinheiro público no mesmo período.
De acordo com a relatora, os documentos entregues por Renan não estão completos. segundo ela, faltam primeiras vias, notas fiscais e vários recibos de algumas operações.
"É necessário deixar claro que tipo de relacionamento Renan tinha com a Mendes Júnior", afirmou Marisa.
Fonte clicabrasilia
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