Cartas: Madeira ultra-periférica

Em resultado desta operação, foi possível constatar que pelo menos uma das viaturas fiscalizadas foi conduzida ao Comando Regional da PSP, eventualmente, para efeitos de posteriores averiguações. Em princípio são desconhecidos quaisquer resultados desta acção policial que visa sobretudo, de acordo com a “Operação Férias em Segurança” divulgada recentemente pela PSP, garantir medidas de segurança onde existe um maior fluxo de entradas de pessoas no arquipélago da Madeira, com vista a prevenir o transporte de material contrafeito e de produtos estupefacientes entre as regiões.

A operação desenvolvida ontem de manhã pela DIC, com o apoio de elementos da Esquadra do Funchal, desenrolou-se na estrada da Pontinha, junto da lota do Funchal, e visou essencialmente algumas viaturas todo-o-terreno madeirenses que efectuaram a viagem de ida e volta entre a Madeira e as ilhas Canárias, face a algumas suspeitas no transporte de artigos ilícitos e de produtos estupefacientes (haxixe), de entre outro tipo de material não especificado.

O grande número de agentes nesta acção de fiscalização, quer à civil quer fardados, denunciava uma acção premeditada sobre um determinado número de veículos que acabaram por ser minuciosamente revistados em toda a sua estrutura, assim como as pessoas e bagagens que transportavam.

Fonte: Jornal da Madeira

A minha opinião ao artigo do Jornal Da Madeira é a seguinte:

De igual modo, se as autoridades tivessem o mesmo empenho nas estradas portuguesas, onde se pratica uma "guerra civil" causadora de muitas mortes, e prejuízos incalculáveis, gerando paraplégicos que o Estado, as famílias e os hospitais tem de suportar, além das baixas nos empregos, que causam embaraços económicos às empresas e às famílias.

Em efeitos colaterais, qual destas situações prejudicam mais o nosso país, as drogas e artigos ilícitos ou a "guerra civil"? Eu também gostaria de ver um grande número de agentes em acções de fiscalização, quer à civil, quer fardados no controle de condutores alcoolizados, excessos de velocidade (uma constante nas estradas portuguesas que ninguém põe cobro) e no caso da Madeira segundo um estudo "Percepção de Segurança pelos turistas da RAM" constata-se que existe condução perigosa de viaturas nas estradas, no controle do excesso de ruído, que incomoda os turistas que visitam a ilha, na medida que muitos procuram a nossa região para descansarem, para não referir os próprios habitantes.

E...agora faço uma pergunta pertinente! Por quê é que os portugueses consomem cada vez mais medicamentos anti-depressivos? (O que indicia perfeitamente que o stress grassa pelo país e muito por causa da guerra civil praticada nas nossas estradas). Têm dúvidas? E...a economia do país, porque se encontra de rastos? É por causa do material contrafeito e de produtos estupefacientes? E os estrangeiros não investem no nosso país, pelo contrário abandonam-no, qual é a causa? Por quê é que os portugueses encontram-se bastante deprimidos? Eu também fico deprimido numa ilha isolada de ligações marítimas com o continente, e só dependente do transporte aéreo o que na minha opinião representa um risco de isolamento total se algo correr mal nesta área muito sensível.

Presentemente o armador Naviera Armas colocou um fabuloso ferry na linha marítima, Canárias-Madeira, que evidentemente quebra o isolamento da nossa ilha, não se justificando os aparatos das autoridades em redor deste navio que custou ao armador 90 milhões de Euros, já estou me referindo a economia que move os países e as regiões.

Se os portugueses não querem nada com o mar e os navios, deixem os espanhóis trabalharem nesta área. Será que as autoridades da nossa região têm a percepção do que é uma região ULTRAPERIFÉRICA? Aqui fica a dúvida! Aliás nos últimos tempos é abordada a possível criação de uma nova instituição policial actualizada e capaz de enfrentar os desafios de um Portugal continental e insular moderno, plenamente integrado na Europa

Paulo Farinha

Madeira

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