Feministas presas no Rio Grande do Norte

Elas passaram a noite presas, e foram liberadas somente no dia seguinte pela manhã. As militantes estão sendo ameaçadas de serem processadas por formação de quadrilha e apologia ao crime.

Luciana denunciou no plenário da Câmara a violência cometida contra as feminista :

“Esse é um verdadeiro exemplo de absoluto obscurantismo da Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte. Não posso crer que, como mulher, a Governadora Wilma de Faria tenha sabido do acontecido e não tenha tomado uma atitude.

Evidentemente, o aborto é um tema polêmico. Particularmente, sou absolutamente favorável à descriminalização do aborto, porque não posso aceitar que uma mulher pobre vá presa ou morra em um fundo de quintal por proceder da mesma forma que uma rica, só que esta, como paga, faz com toda a segurança. Mas esse é um debate em que estamos todas abertas à discussão.

Esse é um debate legítimo. No entanto, prender militantes porque estão defendendo esta causa é um gesto de absoluta incompreensão com a luta das mulheres, assim como o foi com aquelas que queimaram sutiãs na década de 60 e, por isso, foram presas, ameaçadas e chamadas de loucas e com aquelas mulheres pioneiras na luta pelo direito ao voto que foram ameaçadas e também chamadas de loucas.

Queremos fazer um protesto indignado diante da situação e dizer à Governadora Wilma de Faria que não vamos aceitar que essas companheiras sejam processadas. Se for necessário, realizaremos uma campanha nacional em defesa do direito de livre expressão das mulheres, independentemente da opinião que cada um possa ter em relação ao aborto”.

Luciana GENRO PSOL

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