Putin: o ataque dos EUA contra a Síria prejudicou seriamente os laços entre os EUA e a Rússia

Putin: o ataque dos EUA contra a Síria prejudicou seriamente os laços entre os EUA e a Rússia

"O presidente Putin acredita que o ataque dos EUA não só não nos aproxima do objetivo final na luta contra terrorismo internacional, como, pelo contrário, cria um obstáculo sério para a criação de uma coalizão internacional para combatê-lo e oferecer uma resistência eficaz a esse mal mundial, que, a propósito, o presidente Trump declarou como uma das suas principais tarefas ainda nos tempos da sua campanha eleitoral", disse o Kremlin.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse na sexta-feira que o líder russo considera o ataque dos EUA como um ato de "agressão contra uma nação soberana", que foi levado a cabo com base num "pretexto fictício".

A Rússia não acreditava que a Síria possuísse armas químicas, disse Peskov, acrescentando que o ataque dos EUA inevitavelmente criaria um sério obstáculo para a criação de uma coalizão internacional contra o terrorismo.

Peskov sublinha que o líder russo vê nos ataques americanos contra a Síria uma agressão contra um Estado soberano e violação das normas do Direito Internacional sob um pretexto fictício.

"Putin também vê nos ataques contra a Síria por parte dos EUA a tentativa de desviar a atenção das múltiplas vítimas entre a população civil no Iraque", acrescentou Peskov.

Contudo, continuou Peskov, do ponto de vista do presidente russo, o total menosprezo dos casos de uso de armas químicas pelos terroristas somente agrava significativamente a situação.

"Ao atacar a base da Força Aérea síria, Trump de fato apoiou os [terroristas do Daesh] porque era desta base que se realizavam as missões contra os terroristas", escreveu o primeiro vice-presidente do Comitê Internacional do Conselho da Federação da Rússia (câmara alta do parlamento russo), Vladimir Dzhabarov, no seu Twitter.

As autoridades dos EUA chamaram o ataque de "resposta proporcional" ao ataque com armas químicas contra civis em Idlib ocorrido em 4 de abril que, de acordo com os EUA, foi realizado pelo exército sírio.

Dzhabarov disse que a Rússia pedirá uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU sobre o ataque e que "poderia ser visto como um ato de agressão dos EUA contra uma nação da ONU".

A Rússia havia advertido na quinta-feira que poderia haver "consequências negativas" se Washington tomasse a ação militar.

Evitar a escalada: Beijing China também reagiu à agressão militar dos EUA, pedindo calma em lidar com o conflito da Síria. "O que é urgente agora é evitar uma maior deterioração da situação", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, na sexta-feira.

"Nós opomos ao uso de armas químicas por qualquer país, organização ou indivíduo em qualquer circunstância, para qualquer propósito."

Com a ordem do Presidente Donald Trump, os EUA lançaram um ataque militar na manhã de sexta-feira a um aeródromo do exército sírio em resposta a um alegado ataque de armas químicas na cidade de Khan Sheikhun na província de Idlib no início desta semana.

O Pentágono disse que antecedentemente os russos instalados na base tinham sido notificados, e que o ataque não atingiu seções da base aérea onde as forças de Moscou estavam presentes.

Desde 2014, os militares russos têm fornecido cobertura aérea às forças sírias que operam no terreno contra os grupos terroristas.

Pars Today

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