Russos podem importar carne suína do Estado
Mapa confirma a liberação da planta da Alibem em Santo Ângelo
Nestor Tipa Júnior
Depois de mais de dois anos de embargo dos russos à carne suína do Rio Grande do Sul, o Ministério da Agricultura (Mapa) confirmou que a planta da Alibem em Santo Ângelo foi habilitada a embarcar o produto para o país do Leste Europeu. A informação chegou ao ministério na última sexta-feira, mas só ontem foi confirmada. A aprovação também já foi oficializada no site oficial do serviço sanitário russo.
Além da Alibem, também foi habilitada uma planta frigorífica da Pamplona Alimentos, localizada no município de Rio do Sul, em Santa Catarina, e uma unidade da Minerva S.A., em Bataiporã (MS). Fora deste mercado desde junho de 2011, quando foi anunciada a suspensão dos embarques de Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso, a informação da liberação da indústria gaúcha abre espaço para a retomada dos envios do produto para a Rússia. "Isso coloca de novo o Rio Grande do Sul no circuito dos estados com plantas habilitadas para aquele mercado", avalia o diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos (Sips), Rogério Kerber.
Antes do embargo, entre julho de 2010 e junho de 2011, a receita dos gaúchos nas exportações de carne suína atingiu US$ 364,8 milhões. Com esta média, nos dois primeiros anos de paralisação dos envios, a estimativa é que o Rio Grande do Sul deixou de arrecadar, até junho deste ano, US$ 729,6 milhões, o que precisou ser compensado com a abertura de outros mercados, como a Ucrânia.
A notícia chega ao setor em meio a uma missão russa que desembarcou no Brasil e vai avaliar novamente 16 plantas produtoras de carnes suína, bovina e de aves, além de laboratórios agropecuários e propriedades rurais. Na próxima semana, está prevista uma visita à planta da Alibem, em Santo Ângelo.
A nova visita técnica dos russos ao Brasil está sendo realizada após uma missão que esteve no País em julho de 2013 e foi recheada de polêmicas como a ameaça de suspensão total das importações de carnes suína e bovina por causa de indícios do uso de ractopamina. A substância, utilizada para estimular o crescimento animal, é proibida na Rússia.
Jornal do Comércio, Porto Alegre-Rio Grande do Sul
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