Brasil regista 6º acréscimo na produção industrial

Produção industrial varia 0,2% de maio para junho

No confronto com o mês anterior, descontados os efeitos sazonais, essa taxa (0,2%) representou o sexto acréscimo consecutivo ao longo de 2009, confirmando a sustentação no ritmo da atividade fabril. Assim, de janeiro a junho deste ano, a produção industrial acumula uma expansão de 7,9%.

Ainda na série ajustada sazonalmente, o segundo trimestre de 2009 registrou crescimento de 3,4% sobre o primeiro, invertendo a sequência de dois trimestres seguidos de taxas negativas nessa comparação.

Entretanto, frente aos mesmos períodos de 2008, quando a trajetória do setor era crescente, os resultados permaneceram negativos: -10,9% na comparação com junho do ano passado, com o índice acumulado para o primeiro semestre de 2009 chegando a -13,4%, o menor da série histórica, iniciada em 1975. No confronto com iguais trimestres do ano anterior, a produção total passou de uma retração de -14,6% no período janeiro-março para -12,3% no trimestre seguinte. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos 12 meses (-6,5%), acentuou o ritmo de queda frente a maio (-5,0%).

Em relação a maio, 13 dos 27 ramos industriais investigados registram expansão

De maio para junho, 13 dos 27 ramos pesquisados tiveram crescimento. Entre eles, o desempenho mais relevante veio das indústrias extrativas (5,3%), seguido por veículos automotores (2,6%), outros produtos químicos (2,9%) e metalurgia básica (2,0%). As principais pressões negativas sobre a média vieram de alimentos (-5,4%), farmacêutica (-4,9%) e outros equipamentos de transportes (-4,4%).

Na mesma comparação, houve expansão em três das quatro categorias de uso, sendo a mais intensa no setor de bens de capital (2,1%), que teve sua terceira taxa positiva consecutiva, acumulando ganho de 5,5% entre março e junho. Também registraram acréscimos os bens intermediários (0,7%) e os bens de consumo duráveis (0,4%), que permanecem com índices positivos em 2009, acumulando crescimentos de, respectivamente, 7,8% e 65,5%. Já os bens de consumo semi e não-duráveis registraram queda de 2,6% na produção, em relação a maio, interrompendo uma sequência de quatro meses de taxas positivas, período em que haviam acumulado crescimento de 4,8%.

O desempenho de junho confirmou a expansão da atividade industrial, com avanço de 0,9% na média móvel trimestral , quarta taxa positiva nessa comparação. Por categoria de uso, o destaque ficou para bens de capital , que, com o terceiro acréscimo consecutivo frente ao mês anterior, superou sete meses de queda da média móvel trimestral e avançou 1,8% entre maio e junho. Bens de consumo duráveis (2,2%) e bens intermediários (1,1%) mantiveram a trajetória ascendente, enquanto a categoria de bens de consumo semi e não-duráveis interrompeu uma sequência de três taxas positivas e registrou queda de 0,5% entre maio e junho.

Na comparação com junho de 2008, 22 dos 27 setores reduzem produção

Em relação a junho de 2008 a produção industrial recuou 10,9%, mantendo a sequência de oito meses de taxas negativas. Esse resultado explica-se, em grande parte, pela base de comparação ascendente, já que a atividade havia crescido ao longo de todo o primeiro semestre de 2008.

A maioria (22) dos 27 setores pesquisados exibiu índices negativos, sendo que veículos automotores (-18,9%) manteve-se como o de maior impacto, seguido por máquinas e equipamentos (-27,4%), metalurgia básica (-22,8%) e material eletrônico e equipamentos de comunicações (-34,5%). Entre as atividades que mostraram aumento em relação a junho de 2008, a farmacêutica (12,7%) foi a única que exerceu impacto relevante na formação da média geral.

Todas as quatro categorias de uso mantiveram-se em queda nessa comparação. O segmento de bens de capital registrou a taxa mais negativa (-24,4%), influenciado pelo desempenho de todos os seus subsetores, com destaque para bens de capital para transporte (-14,2%), de uso misto (-21,6%) e para fins industriais (-34,6%).

Em bens de consumo duráveis (-12,7%) , as pressões negativas mais relevantes vieram dos automóveis (-8,7%), telefones celulares (-27,0%) e eletrodomésticos (-8,2%), especialmente os da “linha marrom”1 (-38,8%), já que os da “linha branca”2avançaram 25,4%.

O desempenho dos bens intermediários (-11,8%) foi influenciado pelo comportamento negativo de quase todos os seus subsetores, com destaque para os produtos associados às atividades de metalurgia básica (-22,8%), veículos automotores (-25,8%), indústrias extrativas (-9,4%) e borracha e plástico (-17,6%). Vale citar ainda as pressões negativas dos insumos para a construção civil (-9,5%) e do setor de embalagens (-11,0%). A única influência positiva veio dos itens associados ao setor de alimentos (1,4%).

Os bens de consumo semi e não-duráveis (-4,0%) apresentaram desempenho negativo em todos os seus subsetores, com o principal impacto vindo do grupamento de semiduráveis (-12,5%), seguido por alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-2,8%) e carburantes (-8,4%).

Depois de duas quedas seguidas, produção cresce 3,4% em relação ao 1º trimestre

No segundo trimestre do ano, na série com ajuste sazonal, a produção industrial avançou de 3,4% frente ao primeiro, invertendo as taxas negativas observadas nos dois trimestres anteriores (-9,5% no quarto trimestre de 2008 e -7,8% no primeiro trimestre de 2009). Esse movimento teve nos bens de consumo duráveis sua área de maior dinamismo, com ganho acumulado de 12,0% nos dois primeiros trimestres (1,6% no primeiro e 10,3% no segundo), influenciado principalmente pelos incentivos fiscais, a oferta de crédito e a manutenção da massa salarial.

Vale destacar também os resultados positivos, no segundo trimestre, dos bens intermediários (3,4%) e dos bens de consumo semi e não-duráveis (1,5%), que voltaram a crescer após dois trimestres de queda. A produção de bens de capital (-2,1%) foi a única que se manteve negativa, mas com acentuada redução no ritmo de queda em relação ao resultado do primeiro trimestre de 2009 (-18,5%).

Em relação ao 1º semestre de 2008, indústria tem desempenho mais negativo da série

Em relação ao segundo trimestre de 2008, o nível da produção industrial no período abril-junho de 2009 recuou 12,3%, reduzindo, porém, o ritmo de queda frente ao primeiro trimestre (-14,6%). Esse movimento foi influenciado pelos bens de consumo duráveis , que passaram de -22,5% no primeiro trimestre para -16,1% no segundo, e bens intermediários (de -18,1% para -13,5%). No segundo trimestre de 2009, o segmento de bens de capital (-25,5%) registrou redução de produção bem acima da média, enquanto o recuo foi mais moderado para os bens de consumo semi e não-duráveis (-3,3%).

Frente ao primeiro semestre do ano passado, a produção industrial registrou, de janeiro a junho de 2009, recuo de 13,4%, o desempenho mais negativo desde o início da série histórica da Pesquisa Industrial Mensal (1975), com 24 dos 27 ramos pesquisados mostrando recuo. A fabricação de veículos automotores (-23,6%) sustentou a maior contribuição negativa, seguida por máquinas e equipamentos (-29,0%), metalurgia básica (-27,8%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (-40,1%) e outros produtos químicos (-14,4%). Os três ramos que fecharam o primeiro semestre com crescimento foram farmacêutica (10,3%), outros equipamentos de transporte (14,0%) e bebidas (5,2%).

Nessa comparação, as quatro categorias de uso mostraram queda: bens de capital (-23,0%) registrou o maior recuo, seguido por bens de consumo duráveis (-19,1%) e bens intermediários (-15,8%), enquanto em bens de consumo semi e não-duráveis (-3,1%) a redução foi menos intensa.

Notas:

1 Televisores, aparelhos de som e DVDs.

2 Refrigeradores e congeladores; fogões; máquina de lavar e secadora.

Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – Brasil – Fonte IBGE

Base: Junho de 2009

Prof. Ricardo Bergamini

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