Brasil: Vendas do varejo aumentam

Pesquisa Mensal de Comércio – Fonte IBGE Base: Maio de 2009

Em maio, vendas do varejo e receita nominal crescem 0,8%

Após dois meses de queda, o volume de vendas do comércio varejista cresceu 0,8%, o mesmo índice de crescimento da receita nominal. Ambas as taxas foram em relação a abril, na série com ajuste sazonal. Na comparação com maio de 2008, o volume de vendas e a receita nominal do varejo cresceram 4,0% e 8,9%. Nos cinco primeiros meses do ano, esses indicadores registraram elevação de 4,4% e 10,3%; enquanto nos últimos doze meses, volume de vendas e receita acumularam 6,5% e 12,7%, respectivamente.

Na passagem de abril para maio, o Comércio Varejista Ampliado obteve crescimentos superiores ao comércio varejista: 3,7% para o volume de vendas, e 4,4%, para a receita, em razão da expansão das vendas de Veículos e de Material de construção. Em relação a maio de 2008, em termos de volume de vendas, o setor registrou aumento de 3,3%, no volume de vendas, e de 4,9% na receita nominal. Nos cinco primeiros meses do ano e nos últimos doze meses, as taxas foram de 2,7% e 5,3%, para o volume de vendas, e 5,1% e 9,5%, para a receita nominal.

Na comparação maio/abril de 2009, com ajuste sazonal, sete das oito atividades do Varejo apresentaram taxas de variação positiva para o volume de vendas. Os resultados foram de 3,7% para Combustíveis e lubrificantes ; 2,9% em Outros artigos de uso pessoal e doméstico ; 2,2% em Livros, jornais, revistas e papelaria ; 1,7% em Tecidos, vestuário e calçados ; 0,8% para Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos; 0,1% para Móveis eletrodomésticos; 0,1% em Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo e -11,6% para Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação . As duas outras atividades que com as anteriores formam o Varejo Ampliado registraram também resultados positivos em relação a abril: Veículos e motos, partes e peças, com taxa de 8,0% e Material de construção com 5,7%.

Resultados setoriais

Em relação a maio de 2008, sete das dez atividades pesquisadas obtiveram crescimento no volume de vendas, as quais serão analisadas a seguir, por ordem de importância no resultado global.

Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo - com crescimento de 6,7%, em relação a maio de 2008, figura este mês com o maior impacto na formação da taxa global do varejo . Este desempenho foi motivado pelo aumento do poder de compra da população, decorrente do aumento da massa de rendimento real habitual dos ocupados (3,4% sobre maio de 2008, segundo a PME) e pelo comportamento dos preços do setor, que evoluíram, nos últimos 12 meses, em 4,6% no Grupo Alimentação no Domicílio, abaixo da inflação global mediada pelo IPCA (5,2%). Em termos de resultados acumulados, as variações foram de 6,5%, para os cinco primeiros meses do ano, e de 5,4% para os últimos 12 meses.

Outros artigos de uso pessoal e doméstico - com expansão de 11,0%, proporcionou o segundo maior impacto positivo na formação da taxa do varejo. Agregando um conjunto diversificado de segmentos que inclui lojas de departamentos, óticas, joalherias, materiais esportivos, brinquedos etc., seu desempenho está relacionado, em boa medida, com a evolução da massa de salários que, conforme visto acima, teve aumento nos últimos 12 meses, bem como às vendas relacionadas ao Dia das Mães. No acumulado dos cinco primeiros meses de 2009, em relação a igual período de 2008, a atividade revela taxa de crescimento da ordem de 9,0%, acumulando em 12 meses variação de 10,8%.

Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos - com 10,0% de variação, exerceu a terceira maior contribuição à taxa geral do varejo. Com expansão da ordem de 11,6% no acumulado de janeiro a maio, sobre igual período de 2008, e aumento de 12,5%, no acumulado dos últimos 12 meses, a atividade vem praticamente mantendo o ritmo de crescimento, o que pode ser justificado tanto pelo resultado positivo da massa real de salários como pelo caráter de uso essencial de seus produtos.

Combustíveis e lubrificantes – com a quarta contribuição no desempenho do varejo , teve crescimento no volume de vendas da ordem de 5,2%, registrando taxas de variação de 3,6% e 7,7%, nos acumulados dos cinco primeiros meses do ano e nos últimos 12 meses, respectivamente. O segmento vem mantendo resultados positivos, mesmo com a redução da atividade econômica, sendo fundamental para tanto, a estabilidade nos preços dos combustíveis, que têm variado abaixo da índice geral de inflação. Segundo o IPCA, no acumulado de 12 meses até maio, os combustíveis automotivos variaram de preços em -0,2%, contra uma variação de 5,2% do Índice Geral.

Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação exerceu o quinto maior impacto positivo na formação da taxa do varejo, em maio, com seus 5,2% de crescimento . Em termos de resultados acumulados, trata-se da atividade com o maior patamar de expansão do volume de vendas até agora: 15,3%, na relação janeiro-maio2009/janeiro-maio2008, e 27,4% no acumulado dos últimos 12 meses. Aumento de renda e redução de preços são os principais fatores explicativos deste desempenho acumulado.

Livros, jornais, revistas e papelaria – com variação de 6,9%, teve o menor impacto positivo na taxa global do varejo . O resultado desse mês volta a ser positivo, podendo ser explicado não só pelo comportamento de variáveis macroeconômicos, como aumento da massa salarial, mas também em função do Dia das Mães, uma vez que tem havido diversificação na linha de produtos comercializados, principalmente pelas grandes redes de livrarias e papelarias. No acumulado, atingiu variação de 9,2% para os cinco primeiros meses do ano, e 10,1% nos últimos 12 meses.

Tecidos, vestuário e calçados - com o menor impacto negativo, a atividade apresentou variação de -2,3%. Em termos de resultados acumulados, as taxas ficaram em -6,1%, na relação janeiro-maio2009/janeiro-maio2008 e em -1,6%, no acumulado dos últimos 12 meses. Já que as vendas da atividade são sensíveis tanto à evolução da massa de salários, com variação positiva, quanto ao crédito (ofertado com restrições a partir de setembro/2008), fica para o fator preço uma boa dose de explicação para este comportamento negativo. De junho/2008 a maio/2009, segundo o IPCA, enquanto o Índice Geral de Preços variou 5,2%, o Grupo Vestuário teve crescimento de 7,4%.

Móveis e eletrodomésticos – com –6,3% de queda no volume de vendas, foi a atividade que mais contribuiu negativamente na formação da taxa de desempenho do varejo, este mês. No acumulado de janeiro a maio, assinalou redução de –2,6% sobre igual período do ano anterior, e variação positiva de 6,3%, no acumulado dos últimos 12 meses. Esta última taxa incorporando, ainda, as altos índices de desempenho observados até setembro de 2008. O elevado nível de vendas que o segmento alcançou, depois de cinco anos ininterruptos de forte crescimento, justifica, em parte, o quadro atual de taxas negativa, em que pese a redução do IPI para a chamada “Linha Branca”.

Completam a análise, as atividades de Veículos e motos, partes e peças, com variação de 4,0%; e Material de construção (-8,2%), resultados que influenciaram na variação de 3,3% no volume de vendas do Comércio varejista ampliado. Com relação aos indicadores acumulados, as variações foram as seguintes: para Veículos e motos, partes e peças, elasse estabeleceram em 1,8% para o período janeiro-maio, e em 4,3% para os últimos 12 meses. Já as taxas de Material de construção se situaram em -10,7% no acumulado do ano, e em -0,9% no acumulado de 12 meses. A política de redução do IPI vêm possibilitando o crescimento automóveis.

Resultados regionais

Tomando-se por base o volume de vendas do Comércio Varejista , os resultados de maio por Unidades da Federação mostram o seguinte quadro, no que se refere ao indicador mês/mês anterior, com ajustamento sazonal: vinte e três estados com variações positivas e quatro assinalando quedas. Os maiores acréscimos ocorreram na Bahia (4,0%); Piauí (3,9%), Tocantins (2,9%); e Ceará (2,5%), enquanto as reduções estabeleceram-se em Roraima (-4,0%); Amapá (-3,2%); Rondônia (-2,2%); e Amazonas (-0,7%).

Já na relação maio2009/maio2008 (sem ajustamento), vinte e duas das vinte e sete Unidades da Federação assinalaram resultados positivos no volume de vendas. As maiores taxas de crescimento ocorreram nos estados de Sergipe (12,7%); Piauí (11,9%); Ceará (10,8%); e Roraima (7,9%). As principais quedas foram no Espírito Santo (-6,4%); Distrito Federal (-2,3%); e Acre (-1,4%). Quanto à participação na composição da taxa do Comércio varejista , os destaques foram pela ordem: São Paulo (4,6%); Rio Grande do Sul (4,6%); Paraná (5,7%); Rio de Janeiro (2,5%); Bahia (6,9%); e Santa Catarina (6,5%).

Quanto ao volume de vendas do varejo ampliado , as maiores variações ocorreram em Sergipe (14,4%); Piauí (13,6%); Tocantins (11,3%); Alagoas (8,2%); e Ceará (7,7%). Em termos de contribuição para o setor, os destaques foram São Paulo (3,9%); Rio de Janeiro (2,8%); Rio Grande do Sul (3,3%); Santa Catarina (4,5%); Bahia (5,4%) e Paraná (3,3%).

Prof. Ricardo Bergamini

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