O privilégio dos bancos

A Câmara dos Deputados acaba de aprovar a medida provisória que autoriza o Banco Central a socorrer instituições financeiras com operações especiais de redescontos e com garantia de empréstimos em moeda estrangeira. Por outro lado, acaba de ser divulgado o lucro de um grande banco que chega à inimaginável quantia de R$ 2,2 bilhões. Já, outro, teve o desplante de anunciar seu ganho líquido de R$ 1,9 bilhão — pasmem — em um único trimestre.

por Sylvia Romano*

Bem, eu, como advogada, não especializada em finanças, assim como a maioria dos brasileiros, fico abismada com essas notícias. Pergunto-me, como cidadã, porque o governo se preocupa tanto com essas instituições que, como sempre afirmo, só tem o tempo para vender, pois cobra o período que o dinheiro fica à nossa disposição, achacando todos com o que chamam de juros, o que vem a ser simplesmente a mais pura agiotagem oficializada.

Pergunto, como leiga, o que o governo está preparando para aliviar o sufoco dos empresários da indústria, do comércio e do agronegócio, bem como dos prestadores de serviços, dos profissionais liberais e dos pobres dos aposentados do INSS para o enfrentamento da crise?
Como ficarão os inadimplentes junto aos organismos que controlam o bom nome dos devedores, como a Serasa? O que acontecerá àqueles que necessitam comprar a prazo e que, porventura, tenham os seus nomes nas listas que controlam os bons e maus pagadores — maus só porque não estão conseguindo cumprir com os compromissos assumidos e hoje são prejudicados pelas “bolhas” de falsas prosperidade criadas pelos economistas de plantão?

Novamente o pobre do brasileiro — com exceção dos banqueiros e dos que se locupletam do erário, onde se incluem os funcionários públicos e a casta política reinante — cada vez mais se endivida, perde seu emprego, seus negócios, sua auto-estima e, principalmente, a condição de viver com certa dignidade. Esta crise que já se avizinha envolverá todos, mas deverá passar ao largo dos bancos e do poder público, cada vez mais protegidos pelo próprio governo.

E nós, o que podemos fazer? Infelizmente nada, a não ser começarmos a ter uma postura política responsável, como já foi demonstrada nas últimas eleições municipais, onde o engodo, a mentira e a falsidade, agora percebidos pelos eleitores, já alijou do panorama político os falsos, os mentirosos e enganadores do povo, excluindo-se uns poucos, como o candidato derrotado na cidade do Rio de Janeiro.
Chega da divulgação falsa de prosperidade do País, de números manipulados e de falsas informações de sucesso, pois a realidade vivida e percebida cotidianamente por todos nós é bem diferente.

*Sylvia Romano - Advogada (OAB-SP nº 29.631)
[email protected]

Fonte: Espaço Vital

http://www.guiasaojose.com.br/novo/coluna/index_novo.asp?id=1858

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