Tratado de livre comércio na América Central

As conversações sobre um futuro tratado de livre comércio na América Central iniciaram nesta quinta-feira (29), em San Salvador.

"Falamos de um futuro tratado de associação entre Mercosul e Sica (Sistema de Integração Centro-Americana)", disse o presidente salvadorenho, Antonio Saca, ao final de cinco horas de reunião na Casa de Governo.

"Encarregamos os chanceleres e os ministros do Comércio sobre esse tema (tratado de livre comércio)", destacou Saca, na qualidade de presidente do Sica, em entrevista coletiva ao lado do presidente do Brasil Luis Inácio Lula da Silva.

"Realmente, a reunião foi muito importante, ampla", e houve "reivindicações da América Central e do Brasil", destacou o presidente salvadorenho.

Os integrantes do Sica (Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Belize e República Dominicana) firmaram uma declaração conjunta com o Brasil na qual instruem os ministros do Comércio e chanceleres a avaliar os termos de um instrumento que permita "promover a expansão equilibrada do comércio, uma maior integração produtiva e maiores investimentos recíprocos, levando em conta as assimetrias existentes entre os blocos".

Lula convidou os ministros centro-americanos a visitar Brasília em setembro próximo para preparar o terreno do futuro tratado comercial.

Saca destacou a "liderança" do presidente Lula, que "se interessou muitíssimo em promover" a relação com o Sica.

Na reunião ficou decidida a criação da Câmara de Comércio Brasil-América Central, por ocasião dos 100 anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre as duas regiões.

Apesar do incremento do comércio bilateral, os participantes do encontro reconheceram a existência de um "desequilíbrio estrutural" em relação às exportações da América Central ao Brasil.

Em 2007, a América Central exportou apenas 37 milhões de dólares para o Brasil, contra importações de 1,22 bilhão de dólares, segundo dados do Sica.

Os líderes reafirmaram a necessidade de fortalecer o Sistema das Nações Unidas e o processo de "reforma integral" do Conselho de Segurança, e neste sentido destacaram a importância de uma "composição equitativa" para tornar o organismo mais democrático e representativo.

Lula agradeceu o apoio dos países membros do Sica à aspiração do Brasil a um assento permanente em um Conselho de Segurança ampliado.

As discussões incluíram ainda produção de alimentos e combustíveis alternativos, como o etanol, segurança alimentar e cooperação sobre diferentes temas, como agricultura, mudança climática, prevenção de desastres naturais e segurança pública, entre outros.

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