Colin Powell disse que a Embrapa ajudou a transformar o Brasil em uma superpotência agrícola

Apresentador: Olá, você, em todo o Brasil. Começa agora o programa de rádio do presidente Lula. Tudo bem, presidente?

Presidente: Tudo bem, Luiz.

Apresentador: Presidente, o Brasil tem na agricultura uma das suas alavancas para o desenvolvimento, então, nada mais justo do que para isso ter uma empresa forte que se dedica à pesquisa, é a Embrapa, que, aliás, na semana passada, foi lembrada pelo ex-secretário norte-americano Colin Powell, no jornal The New York Times.

 Colin Powell disse que a Embrapa ajudou a transformar o Brasil em uma superpotência agrícola. É uma realidade isso, presidente? Presidente: Luiz, eu espero que nenhum brasileiro comece a valorizar a Embrapa porque o Colin Powell falou bem da Embrapa. A Embrapa, nos seus 34 anos de existência, ela revolucionou a agricultura brasileira. Hoje, o Brasil tem uma posição de destaque no mundo agrícola, no agronegócio, e é importante lembrar o que a Embrapa fez nesse país, é importante lembrar que há 30 anos atrás o cerrado brasileiro era tido como uma área que não prestava para nada. Eu lembro que as pessoas falavam: o cerrado é tão ruim que as árvores nascem tortas, ou seja, elas não conseguem crescer retas. E graças às pesquisas, a Embrapa conseguiu revolucionar e hoje o cerrado é um dos centros produtores de grãos dos mais importantes do mundo e do Brasil. Mas para falar da Embrapa , Luiz, nós trouxemos um convidado especial. Nós estamos aqui com o dr. Kepler Euclides, que é diretor executivo da Embrapa, engenheiro agrônomo. Ele pode contar um pouco para nós quais serão os próximos passos da Embrapa para que o Brasil se transforme no primeiro produtor de alimento do mundo.

 Diretor: Bom dia, Luiz. Bom dia, presidente. É muito importante dizer que nós continuaremos avançando na questão de avanços do conhecimento, incorporando conhecimento, novas tecnologias, para que a gente continue sendo um competidor no âmbito do mundo e oferecendo alimento com segurança para os brasileiros, para o consumo de todo mundo.

 Apresentador: Agora, presidente, hoje a Embrapa tem 2.200 pesquisadores, sendo 53% doutores e 45% mestres. A empresa atua também no exterior. O senhor, na próxima semana, viaja à África. A Embrapa entra nessas conversações entre o Brasil e outros países no termo de cooperação na pesquisa agropecuária?

 Presidente: Entra. Eu acho importante depois o dr. Kepler fazer um comentário sobre isso, porque nós decidimos que a Embrapa deveria abrir um escritório em Gana e como a África tem um território um pouco parecido com Região Centro-Oeste brasileira, possivelmente a Embrapa possa contribuir junto com os pesquisadores africanos, ajudando a formar mais pesquisadores, para que a gente transforme as regiões que parecem com o Centro-Oeste brasileiro numa região altamente produtiva na África.

 Diretor: É importante mencionar que nós realmente... a abertura do escritório na África foi fruto da política estabelecida de que nós pudéssemos compartilhar parte do conhecimento, das tecnologias desenvolvidas que serão facilmente ajustadas e adaptadas àquele continente, aos diversos países.

 Apresentador: Você está ouvindo o Café com o Presidente. Hoje falamos sobre a atuação da Embrapa a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Presidente, o orçamento da Embrapa saltou de R$ 670 milhões, em 2001, para pouco mais de R$ 1 bilhão, agora em 2006. Esse é o caminho: investimento em pesquisa?

Presidente: Eu estou convencido de que o Brasil investindo em pesquisa, só tem a ganhar. É importante ter claro que se o Brasil não acreditar no investimento na educação, dentro da educação fazer investimento em ciência e tecnologia, para que a gente possa formar milhares de pesquisadores no Brasil, a gente não vai disputar um espaço extraordinário que o mundo nos oferece. É importante lembrar, Luiz, o seguinte: quando um país não tem importância política, quando um país não é competitivo com o chamado mundo desenvolvido, ninguém nos nota e ninguém reclama, ou seja, nós somos tratados como se fossemos um zé ninguém. Agora, é importante lembrar que o Brasil virou o maior exportador de soja do mundo, o maior exportador de carne do mundo, o maior exportador de café do mundo, o maior exportador de suco de laranja do mundo, ou seja, este país ganhou uma dimensão porque está ganhando mercado de outros países que eram donos do mercado. E quando um país atinge a situação de ganhar esse espaço no mundo econômico, começam a aparecer os adversários, começam a aparecer as pessoas fazendo críticas ao Brasil. Então, é importante que nós estejamos atentos para fazer o enfrentamento político que tem que ser feito. E, ao mesmo tempo, nós temos que melhorar geneticamente tudo aquilo que a gente produz porque no fundo, no fundo, o que vai valer é a qualidade dos produtos que nós seremos capazes de produzir no Brasil. Muitas vezes, nós não nos damos conta do que nós somos, muitas vezes nós pensamos menor do que nós somos e aí isso é muito ruim. É preciso que a gente acredite: o Brasil está se transformando num país com vários centros de excelência, e a Embrapa é uma cara visível desse Brasil excelência no mundo da agricultura. Por isso, eu estou convencido de que o mundo vai ouvir falar muito do Brasil toda vez que tiver uma mesa de negociação discutindo agricultura.

Apresentador: OK. Obrigado, presidente. Obrigado, dr. Kepler Euclides, diretor executivo da Embrapa. Até a próxima semana, presidente.

 Presidente: Até a próxima, Luiz.

 Apresentador: Até logo, dr. Kepler.

Diretor: Até logo. Foi um prazer. Muito obrigado. Apresentador: O Café com o Presidente volta na segunda-feira que vem. Um abraço para você em todo o Brasil e até lá.

 Fonte Agência Brasil

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