ALERTA, golpe Trump - Bolsonaro - Almagro avança em pleno na Venezuela

ALERTA, golpe Trump - Bolsonaro - Almagro avança em pleno na Venezuela
Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, controlada pela oposição, auto-proclamou-se como "presidente interino" numa manifestação na zona Leste de Caracas.
A Casa Branca anunciou de imediato que reconhecia Guaidó como legítimo presidente da Venezuela, começou o golpe de Estado!


A decisão de Trump em reconhecer Guaidó como "presidente" da Venezuela em vez do eleito Maduro é um escândalo absoluto e foi seguida pelo secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, também ele um interveniente crucial no golpe.


A Assembleia Nacional (em desrespeito pelo Supremo Tribunal) já nomeou, ilegalmente, um "embaixador" para a OEA - o golpe Trump - Bolsonaro - Almagro encontra-se em pleno avanço, tendo sido o primeiro passo a criação de um novo "presidente", nós afirmamos TIREM AS MÃOS DA VENEZUELA!


Guaidó invocou o Artigo 233 da Constituição para justificar a sua jogada, mas tal não tem qualquer fundamento, o artigo menciona uma "ausência permanente" do presidente (o que não é o caso) e mesmo assim estipula que seja o vice-presidente a tomar posse, não o presidente da Assembleia Nacional (que além disso se encontra em desrespeito para com o Supremo Tribunal).


Claro está, não interessam as cortesias constitucionais, aquilo que testemunhamos é um golpe, o que importa é a força, ou seja, com que lado irá alinhar o Exército, ainda não existem quaisquer indícios a esse respeito.


Hoje decorreram imensas manifestações da oposição e também marchas chavistas de tamanho considerável, que decorreram amplamente sem violência.
O primeiro passo do golpe já foi tomado, a criação de um polo de poder alternativo, reconhecido pelo imperialismo dos EUA, agora irão seguir-lhes o Brasil e os países do Grupo de Lima.


Jorge Martín
23 de Janeiro de 2019


Actualização prévia sobre a tentativa de golpe de Estado na Venezuela
Como sabem, na Venezuela encontra-se a decorrer uma tentativa para remover o presidente Maduro por intermédio de um golpe militar instigado por Trump, Bolsonaro, Macri e Almagro.
Quis relatar a situação na Venezuela na véspera das manifestações da oposição amanhã, 23 de Janeiro:


Como escrevi anteriormente, no passado dia 10 de Janeiro a Assembleia Nacional, dominada pela oposição, recusou reconhecer Maduro como presidente apodando-o de "usurpador" e afirmou ser o único poder legítimo no país - estão assim a sugerir que o presidente da AN, Juan Guaidó, se torne no presidente interino do país, este apelou ao Exército que reconhecesse os seus poderes e rompesse com Maduro, que foi democraticamente eleito.
Os EUA têm falado abertamente sobre uma "transição para a democracia" e a AN aprovou uma "lei" estipulando que quaisquer oficiais do Exército que rompam laços com o "ditador" serão alvo de uma plena amnistia. 


O Supremo Tribunal declarou estas decisões da AN como nulas e vazias.
Ontem, 21 de Janeiro, durante a manhã houve um motim por parte de um certo número de oficiais da Guarda Nacional, posteriormente desarmados e detidos. Pode tratar-se apenas de um incidente isolado ou de um reflexo de uma manifestação mais ampla de descontentamento no seio das Forças Armadas. Note-se que os amotinados eram essencialmente oficiais de baixo escalão e da Guarda Nacional, não do principal corpo do Exército.
No final do dia houve protestos e queima de barricadas contra o governo em vários locais em Caracas, foram essencialmente diminutos, mas significativamente concentrados em comunidades de classe trabalhadora que são bastiões tradicionais do chavismo.
Se tal significar que a oposição reaccionária está a começar a ligar-se ao genuíno descontentamento das comunidades da classe operária quanto aos cortes de água, à hiperinflação, os baixos ordenados, etc., será um ponto de viragem. Este caso permanece ainda por se verificar.


A oposição pediu manifestações para amanhã, 23 de Janeiro, no aniversário da queda da ditadura de Perez Jiménez em 1958. Estão a concentrar todas as suas forças neste apelo.
Mike Pence (vice-presidente dos EUA) emitiu hoje um comunicado afirmando que os EUA estão ao lado dos venezuelanos que se encontram "a combater amanhã pela democracia" e que irão estar ao seu lado "até à plena restauração da democracia" - tal, na minha opinião, deve ser interpretado como um apelo a que amanhã ocorra um golpe militar.
A líder da facção mais extrema da oposição venezuelana, María Corina Machado, afirmou que "se Maduro quiser preservar a vida tem que reconhecer que o seu tempo já terminou". 
Como tal a situação é bastante séria. Está à vista que Washington e a oposição reaccionária vislumbram agora uma janela de oportunidade e estão preparados para partir para a ofensiva até conseguirem atingir o seu principal objectivo: o afastamento de Maduro por todos os meios.


A situação económica deteriorou-se desde a última tentativa em 2017 e há também o peso de uma série de promessas não cumpridas por parte do governo para sanar a situação económica. 


O nosso posicionamento mantém-se o mesmo: não apoiamos o governo de Maduro, cujas políticas estão a minar os ganhos da revolução. Opomos-nos por todos os meios à nossa disposição ao golpe reacionário Trump - Bolsonaro - Almagro.
Alguns já afirmaram inclusivamente que não importa quem ganhe uma vez que as condições de vida dos trabalhadores e dos agricultores já são extremamente más. Iludem-se. Se Washington levar a sua avante será um desastre ainda maior para os trabalhadores da Venezuela, mesmo ignorando o impacto político que tal teria na região e além desta.


Os marxistas, os activistas dos movimentos trabalhistas e todos os democratas consistentes têm o dever de rejeitar a tentativa de golpe em andamento e defender o direito do povo da Venezuela a decidir o seu próprio futuro fora do âmbito da intrusão imperialista.
Tirem as mãos da Venezuela!
Jorge Martín
22 de Janeiro de 2019
Tradução: Flávio Gonçalves, Pravda.ru
Foto: Prensa Presidencial

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey