[por Sheila Jacob] De 7 a 12 de outubro, a Universidade de São Carlos, na Guatemala, foi sede do III Fórum Social das Américas. Dentre os cerca de 7000 inscritos estiveram representantes de organizações sociais e sindicais de todo o continente. Do Brasil, participaram o MST, a Marcha Mundial de Mulheres, a CUT, e outros grupos organizados. O encontro foi uma prévia do próximo Fórum Social Mundial, que ocorre de 27 de janeiro a 01 de fevereiro de 2009 em Belém do Pará, no Brasil.
No encontro foi destacado o momento atual de crise do sistema financeiro mundial, que significa o fracasso do modelo econômico adotado mundialmente sob o prisma do neoliberalismo. Foi debatida a urgência da reforma agrária e a defesa da soberania alimentar no continente. Também a luta contra os transgênicos, contra a exploração dos trabalhadores e contra a criminalização dos movimentos sociais.
O Fórum pautou o combate aos tratados de livre comércio propostos pelos Estados Unidos e pela Europa, o fortalecimento das organizações sindicais e, principalmente, uma maior articulação e integração dos países latino-americanos. Em muitas mesas foi pautada a democratização da comunicação e a luta contra discriminações de gênero, cor, etnia, orientação sexual e principalmente de classe.
No evento mereceu destaque a resistência dos povos indígenas. Nessa pauta incluem-se a defesa do território, o combate à degradação ambiental e à exploração da Terra Mãe (Pachamama), a valorização das diversas línguas originárias e dos lugares sagrados, e a situação de jovens e mulheres indígenas.
No sábado, último dia de atividades do Fórum, foi realizada uma Assembléia dos Movimentos Sociais. Entre outras questões, o documento produzido ao longo do encontro reitera a solidariedade com os governos da Bolívia e Equador, celebra os cinqüenta anos da revolução socialista cubana e pronuncia-se pela retirada imediata das tropas estrangeiras do Haiti.
O documento completo pode ser lido em http://www.movimientos.org/fsa2008/show_text.php3?key=13177
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