Um juiz norte-americano autorizou ontem (28) a extradição para França do ex-Presidente do Panamá, Manuel Noriega. Noriega passou quase 20 anos preso nos Estados Unidos, país que o derrubou em 1989 e condenou por tráfico de droga e extorsão.
A pena termina em setembro. A França pediu a extradição do deposto líder panamiano para julgá-lo por lavagem de dinheiro, crime punível com 10 anos de prisão.
O juiz William Turnoff afirmou que a documentação apresentada pelos promotores americanos, que representam o Governo francês no caso, cumpriu com os requisitos legais exigidos, aprovando a extradição.
"Esta corte emitirá uma certidão de extradição amanhã", disse Turnoff, em uma audiência judicial de cerca de 30 minutos, realizada em um tribunal de Miami.
A medida é uma recomendação para o Departamento de Estado dos EUA, que agora pode enviar o ex-militar panamenho à França, onde foi julgado à revelia por lavagem de dinheiro em 1999 e condenado a dez anos de prisão.
Os advogados de Noriega em Miami disseram, no fim da audiência, que seu cliente pode apresentar outro "habeas corpus", recorrer da decisão perante o 11º Tribunal de Apelações de Atlanta e perante a Suprema Corte dos EUA.
No entanto, até agora, Noriega não se decidiu a respeito.
"Achamos que a causa é suficientemente justa, mas a decisão final está nas mãos do general Noriega. Ele ainda não decidiu se quer continuar lutando ou se permitirá que o levem à França", disse o advogado Jon May.
Já Frank Rubino, chefe da equipe de advogados do ex-militar, afirmou que seu cliente seria enviado a Paris porque o Panamá está permitindo isso.
"Não nos enganemos, o general não será enviado à França porque este país o quer.
O general será enviado porque o Panamá não o quer, apesar de ter acusações graves (contra ele)", disse. Nos EUA, ele foi declarado cúmplice de tráfico de drogas em 1992, por permitir o envio de cocaína a este país proveniente do cartel de Medellín, na Colômbia, na década de 80.
Já no Panamá, Noriega enfrenta acusações por corrupção e já foi condenado a 15 e 20 anos de prisão pelos assassinatos de Hugo Spadafora, político e médico panamenho, e o do prefeito Moisés Giroldi.
Entretanto o próprio Noriega, com 73 anos, quer regressar ao Panamá.
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