25 de Maio: Dia de África

25 de Maio: Dia de África

Dia 25 de Maio é Dia de África, comemorando a data quando a Organização da Unidade Africana foi estabelecida em 1963. Em Julho de 2002, esta organização foi substituída pela União Africana. 44 anos depois, qual é o significado do Dia de África? Será mais um dia, será mais uma causa para os ricos e poderosos utilizarem o continente africano para sustentar a sua vida social ou será que algo foi conseguido de interesse para o continente?

Para aqueles que residem fora da África, a média internacional é o portal de entrada ao continente. Dado que uma pequeníssima percentagem da população têm acesso à média internacional, podemos começar daí.

E o quê é que se vê, na média internacional, comparando o dia 25 de Maio de 2006 com o mesmo dia deste ano? Numa palavra, optimismo.

Podemos desde já descontar duas vertentes na média internacional – a imprensa sensacionalista, os que contribuem com histórias pessimistas, pintando um quadro negativo porque os leitores se sentem bem quando sabem que há alguém que vive pior – e a imprensa “chula”, que faz a vida a subornar africanos a providenciarem contratos de publicidade e depois pintam quadros cor-de-rosa que nem correspondem à verdade, nem têm qualquer credibilidade.

Se a verdade jaz historicamente no meio de todas as vertentes, com certeza não fica perto destes dois vectores da imprensa internacional, a imprensa sensacionalista e a imprensa chula.

A verdade, hoje em dia, acerca da África, é animadora. Pelo terceiro ano consecutivo, África está na agenda dos G8. O progresso dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio está a ser registado por cada vez mais organismos, para monitorizarem o decorrer do processo e o continente africano está cada vez mais no olhar público em todo o mundo.

Não se pode negar que também se notou o uso excessivo e abuso de poder em países como Angola, Sudão, Guiné Equatorial, Quénia e Nigéria em casos bem documentados por organismos internacionais (realçado na imprensa sensacionalista e espectacularmente omitido na imprensa chula). Nem se pode negar que vários actos de tortura e chacina foram perpetrados neste continente no ano passado. Também é verdade que foram perseguidos jornalistas, foram violados direitos de mulher e foram ignorados direitos humanos em vários países no continente africano entre 2006 e 2007. Todas estas histórias estarão a mais na imprensa sensacionalista e a menos (ou risivelmente ausentes) no tratamento cosmético da imprensa chula.

Porém, há cada vez mais africanos a tomarem as rédeas do destino nas suas mãos, cada vez mais africanos a sentirem a necessidade de voltar ao seu continente e comprometer-se no processo de construir nações, mesmo que isso envolva sacrifícios pessoais.

Já vão longe os dias em que potências coloniais pudessem saquear os recursos da África impunes, longe vão os dias em que órgãos de notícias ocidentais pudessem subornar os africanos a perpetuarem a sua vida, como sanguessugas.

Hoje, dia 25 de Maio de 2007, o continente africano começa a respirar, começa a ganhar uma noção de responsabilização colectiva, rumo a uma senda de desenvolvimento em conjunto. Ao contrário de muitas regiões do nosso planeta, na África a noção de colectividade é sentida e não cosmética e é precisamente esta maneira de ser que irá silenciar os críticos da África e relegar à insignificância aqueles que fazem seu jogo ao custo dos africanos (ou dos gestores que foram subornados para sustentar entidades ocidentais, e diga-se desde já que estes gestores são traidores do continente africano e muito fáceis de idenificar).

É que hoje em dia, e felizmente, podemos afirmar que aqueles que fazem jogadas ao custo dos africanos (ou outros) têm os dias contados.

Timothy BANCROFT-HINCHEY

PRAVDA.Ru

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey