As autoridades dos EUA acusaram esta segunda-feira (26) o o governo do presidente colombiano, Álvaro Uribe, de ser vínculo entre o comandante do Exército do país e grupos esquadrões paramilitares de extrema direita, considerados terroristas pelos americanos.
"Acreditamos que o presidente Uribe abordou o assunto de forma direta e responsável, e confiamos que o sistema judicial colombiano será capaz de abordar as questões vinculadas a isto", assegurou o porta-voz do Departamento de Estado americano, Tom Casey.
Essas denúncias constituem "uma grande infâmia", afirmou hoje o comandante militar, general Mario Montoya.
A informação foi revelada ontem pelo jornal Los Angeles Times, que a atribuiu à CIA (agência central de inteligência) dos Estados Unidos, que, por sua vez, teria se baseado em informes uma agência de inteligência não revelada de outro país.
"Não se trata de uma informação da CIA, mas de uma agência de inteligência associada, não confirmada", disse o chefe do exército da Colômbia à imprensa, ao descarta sua veracidade. O jornal americano, no entanto, afirma que a informação da agência de inteligência coincide com a de outras fontes. Segundo o Los Angeles Times, em 2002, quando o general Montoya era comandante da Quarta Brigada do Exército em Medellín, ele se aliou aos paramilitares para pôr em marcha a operação "Órion", destinada a expulsar de bairros da periferia da cidade milicianos das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e do Exército de Libertação Nacional (ELN), além de alguns paramilitares.
No que é considerado até hoje um dos maiores combates urbanos registrados no marco do conflito armado que já dura quatro décadas, várias pessoas ficaram feridas em ambos dos lados. "Foi uma operação que permitiu o resgate de 160 mil pessoas que estavam seqüestradas, que eram torturadas e sofriam extorsões pelas milícias das Farc e do ELN e das Autodefesas (Unidas da Colômbia)", afirmou Montoya.
Por sua vez, a CIA se distanciou da versão do LA Times. "Ao se referir a um informe filtrado pela CIA que contém material de outro serviço de inteligência - e um material não confirmado -, o Los Angeles Times prejudica a possibilidade de que países amigos compartilhem informações com os Estados Unidos", afirmou Paul Gimigliano, porta-voz da CIA.
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