O prisioneiro de Guantánamo , Khalid Sheikh Mohammed, confessou seu papel nos ataques terroristas de 11 de Setembro e em outros 29 ( !) planos de atentados terroristas ao redor do mundo, numa audiência divulgada na quarta-feira pelo Departamento de Defesa dos EUA.
Os advogados e grupos de defesa dos direitos humanos consideram essas audiências realizadas pelos EUA "falsos tribunais", sem chance de oferecer um julgamento justo para os réus. Segundo eles os depoimentos poderiam ser obtidos sob torturas.
Segundo o relatório da Comissão de Direito Humanos da ONU, divulgado em fevereiro, na base de Guantánamo os EUA usam de métodos violentos durante os interrogatório: confinamento solitário extenso, exposição dos detentos a temperaturas, iluminação e barulho extremos, e obrigaram os prisioneiros a fazer a barba, além de outras técnicas que exploram crenças religiosas ou causam intimidação e humilhação.
Confira , segundo BBC que confessou Khalid Sheikh Mohammed:
"Fui responsável pela operação de 11/9, de A a Z", disse Mohammed.
"Fui o diretor de operações para o xeque Osama Bin Laden (líder da rede terrorista Al Qaeda) no que se refere à organização, planejamento, acompanhamento e execução da operação", admitiu.
De acordo com a transcrição de audência, Mohammed admitiu a responsabilidade por uma série de atentados, incluindo o ataque de 1993 ao World Trade Center, em Nova York, a tentativa de derrubar um avião em um vôo transatlântico explodindo uma bomba oculta no salto do sapato e os ataques a uma casa noturna em Bali, na Indonésia.
Mohammed admitiu ainda estar por trás de planos de assassinar o papa João Paulo 2º e o ex-presidente americano Bill Clinton.
Muitos desses planos, inclusive os de ataques ao Big Ben e ao aeroporto de Heathrow, em Londres, nunca se realizaram.
A audiência do fim de semana, realizada a portas fechadas, foi a primeira vez em que Mohammed enfrentou um tribunal desde sua captura, em março de 2003, no Paquistão.
A transcrição do depoimento de Mohammed foi traduzida do árabe para o inglês e editada pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Na edição, algumas informações de inteligência foram removidas antes da divulgação do material.
A admissão da culpa abre caminho para que Mohammed enfrente acusações criminais e, posteriormente, um julgamento em um tribunal militar especial em Guantánamo.
Segundo o correspondente da BBC para assuntos de segurança Gordon Corera, não há nada de novo na admissão de Mohammed, mas o importante é que ele fez essas declarações durante a audiência, o que pode levá-lo a julgamento diante de um tribunal militar.
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter