Em pronunciamento nacional em rede de rádio e televisão, o conservador Chirac afirmou, com sobriedade mas com visível emoção, que a partir do próximo dia 16 de maio servirá à França "de outra maneira".
Chirac, de 74 anos e há quase à frente da república francesa, desfez a incógnita sobre suas intenções, embora se tivesse praticamente assegurado que não ia concorrer ao que seria sua quinta eleição ao Palácio do Eliseu.
O que o presidente não disse foi a qual dos candidatos que aspiram à sua sucessão ele dará apoio, algo que talvez faça mais adiante, antes do primeiro turno das eleições, que vai acontecer dentro de seis semanas.
Os favoritos, segundo as pesquisas, são o conservador Nicolas Sarkozy, a socialista Ségolène Royal e o centrista François Bayrou.
O que Chirac pediu a seus compatriotas é que não deixem se levar pelo "extremismo, pelo racismo, pelo anti-semitismo ou pela rejeição do próximo".
A segunda mensagem dirigida aos franceses foi a de que confiem em seu potencial e no da França e que não temam as evoluções do mundo. A terceira mensagem foi dirigida à Europa: "é vital continuar a construção européia". E advertiu que "os nacionalismos que causaram tanto dano ao continente podem renascer a qualquer momento".
Sua quarta e última mensagem foi centrada na lembrança de que a "França não é um país como os outros" e tem a responsabilidade de "defender a tolerância, o diálogo e o respeito entre os homens e as culturas", ainda mais agora que há um risco de "choque de civilizações" e um aumento dos extremismos, especialmente os religiosos.
Chirac, eleito pela primeira vez para o Palácio do Eliseu em 1995 e reeleito em 2002, declarou com veemência seu amor pela França, um país que disse gostar "apaixonadamente".
"Dediquei-me de todo o coração e apliquei toda minha energia ao serviço da França e da paz, que é o compromisso de toda minha vida", afirmou.
Na mensagem de dez, Chirac aproveitou para destacar as conquistas de que se "orgulha": o reforço legislativo do laicismo, a reforma da previdência, a luta contra a insegurança e o desemprego, assim como a inovação.
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