A lutadora pelo direito dos indígenas , vencedora do prêmio Nobel da Paz de 1992, guatemalteca Rigoberta Menchú, anunciou hoje que será a candidata presidencial nas eleições gerais de setembro.
Menchú , de 48 anos vai concorrer por uma colisão entre o partido indígena Winaq, que ela fundou no início do mês, e o partido de esquerda Encontro pela Guatemala (EG). Menchú e a deputada e ativista humanitária Nineth Montenegro (EG), confirmaram a candidatura durante uma entrevista coletiva hoje na casa da líder indígena, no oeste da capital guatemalteca.
As duas assinarão nos próximos dias "um pacto", estabelecendo os termos da aliança político-eleitoral entre o EG e o Winaq. O acordo servirá "para dar a tranqüilidade e segurança a todos os eleitores" que votarem na aliança, disse a dirigente indígena.
"Daremos nossa palavra de honra para levar nosso país à frente. Por isso vamos assinar o acordo político", explicou Menchú. Semanas atrás, ela havia anunciado a sua intenção de se candidatar à Presidência do país e a criação do partido Winaq.
Na segunda-feira, Menchú desistiu das negociações com a Unidade Revolucionária Nacional Guatemalteca (URNG), partido que reúne membros da antiga guerrilha esquerdista. Ela não chegou a um acordo mínimo para formar uma aliança.
Agora, os indígenas guatemaltecos, que representam mais de 40% da população do país, tentarão chegar ao poder pelas urnas.
Menchú é acompanhada por acadêmicos, intelectuais e líderes de organizações, assim como representantes da maioria das 23 etnias indígenas de origem maia da Guatemala.
Caso seja eleita, Menchú vai se tornar a primeira presidente da minoria étnica maia na Guatemala, assim como a primeira mulher a ocupar o cargo.Winaq é uma palavra maia que significa "a totalidade do ser humano".
Mais da metade dos 13 milhões de habitantes da Guatemala descende dos maias.
Em 1992, Menchú foi agraciada com o Prêmio Nobel da Paz por sua luta em defesa dos direitos dos indígenas.A ativista chamou a atenção para abusos ocorridos durante a guerra civil guatemalteca, na qual seus pais foram assassinados pelo Exército do país.
Desde então, ela lidera uma campanha para que os ex-governantes militares da Guatemala sejam julgados pela Justiça.
Com agências
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