Mais de 300 manifestantes tentaram derrubar a porta principal do palácio nacional da Cidade do México na madrugada deste domingo (9) para protestar contra o anúncio feito de que os 43 estudantes desaparecidos foram chacinados. Eles chegaram a atear fogo, mas não conseguiram entrar no palácio, que o presidente Enrique Peña Nieto usa apenas para cerimônias oficiais.
Os manifestantes também picharam mensagens como "Nós os queremos vivos", em referência aos estudantes desaparecidos.
O protesto ocorreu após a Procuradoria Geral mexicana divulgar a chocante declaração de três membros do cartel de drogas Guerreros Unidos, que confessaram o assassinato dos jovens. Segundo o relato, os corpos queimaram por 14 horas até serem jogados em um rio.
Com base nas confissões, o procurador-geral do México, Jesús Murillo Karam, contou que os estudantes foram levados para um lixão da localidade vizinha de Cocula, na noite de setembro. Alguns já chegaram ao local mortos por asfixia, e os demais foram assassinados lá mesmo.Ainda de acordo com as confissões, os corpos calcinados foram fraturados, colocados em sacos de lixo e jogados em um rio próximo de Cocula. No lixão, peritos encontraram cinzas e alguns vestígios de ossos humanos.
Protestos em massa varrem o país, e a expectativa é que aumentem após as últimas notícias sobre os estudantes.
Entenda o casoNo dia 26 de setembro passado, um grupo de estudantes da escola do Magistério de Ayotzinapa, cidade rural de Guerrero, se apoderaram de vários ônibus para viajar à vizinha Iguala, onde arrecadariam fundos para seus estudos.
A polícia de Iguala, com o apoio de pistoleiros de um cartel local, agiu contra o grupo, deixando seis mortos, 25 feridos e 43 estudantes de magistério desaparecidos.As autoridades prenderam 34 pessoas relacionadas com a matança dos alunos: 26 são policiais municipais e quatro estão vinculadas ao cartel Guerreros Unidos.
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