Um novo acordo antidrogas será fechado entre a Venezuela e os Estados Unidos em julho afirmou na segunda feira Caracas. A resolução sobre a cooperação da Venezuela contra drogas ilegais ocorre apesar das relações difíceis entre Caracas e Washington, que acusa Chávez de ameaçar a estabilidade regional com sua revolução socialista e com sua aliança com Cuba.
Um novo acordo, se for fechado, será um raro sinal de parceria em uma relação cada vez mais complicada.
Em agosto, Chávez suspendeu a parceria com a DEA, órgão norte-americano de combate às drogas, acusando os agentes norte-americanos da espionagem . Washington revogou os vistos de três autoridades venezuelanas suspeitas de tráfico de drogas e disse que Caracas era um fracasso na guerra antidrogas.
Autoridades venezuelanas querem que o novo acordo restrinja a atuação de agentes norte-americanos no país, mas garanta a troca de informações, tecnologia e treinamento, comunica a Agência Reuters.
"As áreas onde havia diferenças entre os governos dos EUA e da Venezuela foram resolvidas", disse o chefe antidrogas da Venezuela Luis Correa a repórteres.
Ele afirmou que o acordo revisado poderá ser assinado na primeira semana de julho, embora tenha sido postergado por meses.
Uma autoridade da embaixada norte-americana em Caracas disse que o acordo "estava sendo costurado", apesar do longo atraso.
A Venezuela, o quinto maior exportador de petróleo do mundo, é uma rota de trânsito de cocaína ilegal vinda da vizinha Colômbia, o maior produtor mundial, rumo aos EUA e à Europa, via ilhas do Caribe.
Especialistas em segurança dizem que a frágil fronteira com a Colômbia e sua extensa costa fazem da Venezuela uma rota ideal para os narcotraficantes.
Washington vai avaliar no final do ano se a Venezuela cooperou com os esforços antidrogas. No ano passado, o governo dos EUA disse que a Venezuela e Myanmar tinham falhado a aderir a acordos antidrogas.
Chávez, um ex-soldado que disse estar lutando para vencer o imperialismo norte-americano na América Latina, classifica as críticas dos EUA como hipocrisia que não reflete o sucesso do governo em derrotar o tráfico.
Os laços entre EUA e Venezuela desceram a seu pior nível este ano, quando Chávez expulsou um adido naval norte-americano que ele acusou de espionagem. Autoridades dos EUA responderam com a expulsão de um diplomata venezuelano que trabalhava na embaixada em Washington.
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