Faleceu Ines Etienne, única sobrevivente da Casa da Morte‏

Única sobrevivente da Casa da Morte morre em Niterói - Inês Etienne Romeu tinha 72 anos e faleceu em casa, na manhã desta segunda-feira

Juliana Dal Piva

Rio - A ex-líder da Vanguarda Revolucionária Palmares (VPR) e única sobrevivente da Casa da Morte de Petrópolis, Inês Etienne Romeu, de 72 anos, morreu no início da manhã desta segunda-feira, em Niterói, na Região Metropolitana. Segundo informações, ela estava em casa e faleceu enquanto dormia.

nês Etienne Romeu morreu nesta segunda-feira, em Niterói. Ela foi presa e torturada durante o regime militar e denunciou a existência da Casa da Morte, em Petrópolis

Foto:  José Pedro Monteiro / Agência O Dia

Inês foi presa pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury em São Paulo, no dia 5 de maio de 1971. Depois foi levada à Casa da Morte, onde ficou presa por 96 dias, sendo submetida a torturas e estupros. Ela foi libertada em Belo Horizonte em agosto de 1971. O imóvel, onde funcionou o centro clandestino, existe até hoje na Rua Arthur Barbosa 668, no bairro Caxambu, em Petrópolis. O proprietário atual é Renato Noronha, que comprou a casa em 1978.

A casa da morte

O DIA revela nome de agentes do centro clandestino de tortura. Comissão Nacional da Verdade realiza hoje, no Arquivo Nacional no Rio, audiência pública com militares

Rio - Três militares envolvidos na prisão e morte do deputado federal Rubens Paiva na ditadura também fizeram parte do núcleo do Centro de Informações do Exército (CIE), que trabalhou nas prisões clandestinas da repressão, entre elas a Casa da Morte de Petrópolis. Ali, a Comissão da Verdade (CNV) investiga a morte de mais de 20 guerrilheiros. 

Em entrevista exclusiva ao DIA, o coronel reformado Paulo Malhães confirmou que os sargentos e irmãos Jacy e Jurandyr Ochsendorf e Souza também trabalharam no local. "Lá no aparelho eles eram da equipe do Perdigão. Mas não era sempre que eles subiam", revela o coronel, ao se referir ao colega do CIE, o coronel Freddie Perdigão Pereira, já falecido e conhecido torturador. O DIA também apurou com militares de Brasília, que pediram anonimato, que o major José Antônio Nogueira Belham chefiou a equipe de Operações do CIE nos anos 1970, depois que deixou o comando do DOI-Codi, no Rio.

Hoje de manhã, a CNV realiza no Arquivo Nacional, no Centro do Rio, uma audiência pública sobre a Casa da Morte. Além de Malhães, conhecido como 'Dr. Pablo', foram convocados para depor o major reformado Rubens Paim Sampaio, o 'Dr. Teixeira' e o então sargento Ubirajara Ribeiro de Souza, o 'Zé Grande' ou 'Zezão'. Todos eles receberam a Medalha do Pacificador com Palma, entre 1970 e 1979, uma das maiores honrarias do Exército. 

A audiência também contará com a presença de Inês Etienne Romeu, dirigente da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e única a sobreviver após ter sido presa no local. Sampaio e Souza são dois dos 20 torturadores denunciados por ela. Presa pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury em São Paulo, no dia 5 de maio de 1971, Inês foi levada à Casa da Morte, onde ficou presa por 96 dias, sendo submetida a torturas e estupros. 

Segundo Malhães, o objetivo da casa era fazer com que militantes se transformassem em agentes infiltrados. Quando discordavam, eram assassinados. O imóvel, onde funcionou o centro clandestino, existe até hoje na Rua Arthur Barbosa 668, no bairro Caxambu, em Petrópolis. O proprietário atual é Renato Noronha, que comprou a casa em 1978. 

Ler mais: http://odia.ig.com.br/noticia/brasil/2014-03-25/a-casa-da-morte.html

 

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey