Com objetivo de deter um brasileiro, suspeito do homicídio do seu compatriota, três agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) de Portugal invadiram esta terça-feira (18) o Consulado-Geral do Brasil em Lisboa. Segundo Diário de Notícias, o acidente aconteceu no domingo num café da Charneca de Caparica, em Almada. Os agentes da PSP localizaram e detiveram o suspeito na porta do prédio e entrado no local, "sem solicitarem permissão ao Cônsul-Geral" disse o diplomata Renan Paes Barreto . Mas segundo o comunicado da PSP: A situação foi devidamente explicada ao senhor cônsul."
De acordo com a Casa do Brasil, depois de identificar o adolescente, os policiais "colocaram-se ostensivamente no corredor junto à porta da sala principal do consulado, onde se encontra o público e os balcões de atendimento", para identificar as pessoas que deixavam a sala. Foi quando uma representante da comunidade brasileira "protestou e pediu a intervenção do Cônsul-Geral". Os agentes portugueses, então, deixaram o prédio.
O Itamaraty não considerou como "invasão a território brasileiro" a iniciativa da PSP de perseguir um "indivíduo perigoso" no Consulado-Geral, porque os policiais portugueses permaneceram do lado de fora do consulado, próximos à porta de entrada. Mas recebeu com satisfação a informação de que o ministro português da Administração Interna, Ruy Pereira, lamentou a ação policial ao conversar por telefone com o cônsul-geral brasileiro. Pereira afirmou ao diplomata que iria instruir a PSP a não repetir tais episódios.
Apesar de a Casa do Brasil afirmar que o indivíduo foi identificado, o Itamaraty nega o fato, segundo Agência Estado.
De acordo com DN os amigos da vitima viram o alegado assassino no Consulado e informaram a polícia."Os amigos de Moisés ( a vítima) estavam no Consulado e viram Maurício (o alegado homicida), tendo telefonado para o inspetor João de Sousa, da PJ de Setúbal. Ele avisou a PSP de Lisboa, que foi ao Consulado. Identificaram uma pessoa que não era o suspeito, mas os amigos de Moisés ficaram à porta do prédio e, quando este saiu, foram em sua perseguição. Apanharam-no e entregaram-no à polícia", conta um dos amigos da vítima, acrescentando: "A comunidade brasileira só tem de agradecer à PSP e à PJ, que agiram de boa vontade e na hora. E crítica a atuação do Consulado, que só hoje [ontem] telefonou à família. A pessoa que morreu era muito querida na zona, estamos a apoiar a família e a arranjar dinheiro para enviar o corpo para o Brasil [hoje às 10.40] ." O suspeito já foi presente ao juiz, que decretou a sua prisão preventiva.
Moisés tinha 23 anos. Imigrou do Estado de Goiana há três anos, vivia na Charneca de Caparica e trabalhava nas obras como canalizador. A irmã, de 24 anos, também mora na localidade e a mãe reside nos Estados Unidos. No domingo, Moisés estava no local errado, à hora errada: no Café Johny, frequentado maioritariamente por brasileiros, às 19.00, quando um indivíduo lhe espetou uma faca no coração.
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