Os psiquiatras responsáveis pelo laudo que permitiu a saída do detento Ademir Oliveira do Rosário acusado de matar dois irmãos na serra da Cantareira são Charles Louis Kiraly e Ricardo Bittencourt Nepomuceno .
Segundo a Folha Online, o laudo atestou a periculosidade do Rosário, que foi interditado judicialmente. A pedido da Vara da Infância e Juventude, a Corregedoria dos Presídios, órgão da Justiça, pediu ao Cremesp (Conselho Regional de Medicina de SP) a apuração da conduta de Kiraly no caso. O Cremesp concluiu não haver irregularidade.
O laudo dos psiquiatras afirma que Rosário sofre de "transtorno não-especificado de personalidade" e "retardo mental leve". O documento usa o termo "periculosidade presente".
O documento aponta "como possível a desinternação progressiva". O laudo é de novembro de 2005, quando Rosário ainda estava no Hospital Casa de Custódia de Taubaté. Em agosto de 2006, um juiz autorizou a desinternação progressiva em Franco da Rocha.
Além do laudo, a Secretaria da Administração Penitenciária apresentou outros documentos à Justiça. Um deles atestava seu bom comportamento. Rosário é considerado semi-imputável (tem consciência do que é crime, mas não consegue se controlar).
Pela manhã, o governador José Serra (PSDB) disse que "não houve falha" na liberação do acusado. "Queremos restabelecer o exame psiquiátrico, que acabou após uma lei do atual governo federal. Deu direito automático para todos saírem."
À tarde, após questionamento da Folha, Serra disse, por sua assessoria, que havia se enganado e citado alteração no regime semi-aberto. Mas não deu novas explicações sobre a liberação do acusado.
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