Companheiros e companheiras,
Passado o Plebiscito entramos na reta final de preparação da Marcha Nacional à Brasília, de 24 de outubro. O GT de Secretaria sistematiza algumas orientações importantes para garantirmos uma atividade vitoriosa na nossa luta contra a reforma da Previdência e contra a política econômica do governo Lula.
As premissas de que partimos são as seguintes:
- O governo deve apresentar, ainda em setembro a proposta concreta de reforma da Previdência, que está sendo preparada no âmbito do Fórum Nacional da Previdência. A própria instabilidade na economia, que surgiu nas últimas semanas, pressiona o governo a sinalizar com mais concessões ao capital financeiro e a reforma da Previdência é peça chave neste tabuleiro.
- A apresentação desta proposta abrirá uma nova fase na luta contra a reforma da Previdência. Deve intensificar-se o esforço do governo e da mídia para convencer a opinião pública da necessidade da reforma, e terá início o famoso "toma lá, da cá" dentro do Congresso Nacional. Precisamos "receber" esta proposta de reforma com uma grande manifestação em Brasília, para potencializar a continuidade da nossa luta contra ela, que deve entrar no próximo ano adentro.
- A realização do Plebiscito e a receptividade encontrada entre os trabalhadores e o povo para as discussões nele contidas são expressão de que há um espaço importante na realidade, para que possamos fazer uma marcha vitoriosa em outubro. A participação da Conlutas no processo foi muito boa, apesar das desigualdades e de, em muitos lugares termos feito menos do que era possível.
- A situação política do país, por outro lado, marcada pelas denúncias de corrupção envolvendo os políticos, com a vergonhosa absolvição de Renan Calheiros pelo plenário do Senado, retira ainda mais a autoridade destas instituições para mexer nos direitos previdenciários dos trabalhadores brasileiros. Devemos usar esta denúncia para reforçar os nossos argumentos de porque lutar contra a votação desta reforma no Congresso Nacional.
- A unidade que construímos, nos estado, com os demais parceiros que estiveram conosco neste processo até agora, são uma base importante de apoio para potencializar a mobilização para a marcha. Neste momento estão empenhados na construção da Marcha, em nível nacional, a Conlutas, a Intersindical, a COBAP (aposentados) e as Pastorais Sociais de São Paulo. O MST a Consulta Popular e as organizações da Assembléia Popular ainda estão discutindo a questão, sendo que devem tomar uma decisão neste próximo final de semana. De qualquer forma, é importante procurar nos estados todos estes movimentos e buscar integrá-los no esforço de construção da Marcha.
- Neste quadro, acreditamos que é perfeitamente possível realizarmos uma manifestação em Brasília maior que todas as que fizemos até agora. É bastante razoável trabalhar com a perspectiva de garantirmos 20 a 25 mil trabalhadores em Brasília. Nossa opinião é que a Conlutas pode garantir cerca de 15 mil pessoas em Brasília e se nossos aliados somados garantirem mais 10 mil, teremos uma grande manifestação para contestar a reforma da Previdência, a política econômica do governo, e cobrarmos o atendimento das reivindicações dos diversos segmentos da classe trabalhadora brasileira.
- Para isso será necessário tensionar nossas forças para além do que fizemos no Plebiscito. Precisamos superar as dificuldades que houve em algumas regiões e colocar força total na preparação e mobilização para a Marcha. Esta atividade deve ser tomada com a principal prioridade por todas as entidades e movimentos que fazem parte da Conlutas. Pelos números acima, fica claro que a principal responsabilidade é nossa. As demais atividades que estamos desenvolvendo, como as Campanhas Salariais devem ser feitas de forma combinada com a campanha contra a reforma da Previdência, de forma a que potencializem a Marcha também.
A orientações aprovadas na reunião do GT foram as seguintes:
- Força total na preparação e mobilização para a Marcha. Onde ainda não foram feitos planos, é importante que estes sejam feitos, o mais rápido possível. Na próxima semana começaremos a contatar os estados e regiões para definirmos meta de cada estado e região.
- É preciso começar a listar as pessoas que irão à Brasília, seja da base dos sindicatos, dos movimentos populares, dos estudantes, etc, etc.
- É também fundamental organizar a arrecadação de fundos que permita alugar os ônibus que levarão os manifestantes. É preciso uma discussão séria com a direção dos sindicatos, pois é preciso fazer um investimento importante destas entidades para garantir os ônibus. É preciso lembrá-los que o que está em jogo é o direito à aposentadoria da sua base e que os recursos do sindicato pode - e deve - ser utilizado para financiar a luta em defesa da aposentadoria. Não se pode aceitar postura rotineira neste quadro de ameaça à direitos históricos dos trabalhadores.
- Devemos também ser criativos na arrecadação de fundos: recolher recursos na base das categorias e movimentos; buscar prefeituras, câmaras de vereadores, assembléias legislativas, universidades; etc, etc. Devemos também buscar organizar os ônibus em conjunto com os demais setores que estão participando da convocação da marcha, racionalizando e potencializando os recursos financeiros que temos.
- Vamos tentar organizar um fundo nacional para financiar ônibus das regiões mais próximas à Brasília (Triângulo Mineiro, Goiás, Entorno de Brasília e Plano Piloto). Há muitas pessoas que podem vir destas regiões, os ônibus são mais baratos, mas os movimentos organizados aí não tem condições de bancar os custos. É preciso que as Coordenações destas regiões nos informem o mais breve possível quanta gente pode ser mobilizada aí, para sabermos quantos ônibus seriam necessários.
- Já saiu um primeiro panfleto convocando a Marcha e na próxima semana deve ficar pronto um jornal mais consistente, para ser distribuído massivamente em todo o país, e também o cartaz. É muito importante, alem disso, que cada entidade utilize os seus boletins e meios de divulgação para disseminar a convocatória da atividade.
- A comissão que está organizando a manifestação em Brasília estará definindo nas próximas semanas o formato da atividade e, assim que isto estiver pronto divulgaremos para todos.
MOVIMENTOS POPULARES URBANOS
O GT de Movimentos Populares da Conlutas decidiu realizar em Brasília, em frente ao Ministério das Cidades, uma manifestação com participação dos movimentos populares de todo o país. A manifestação acontecerá no dia 24 de outubro, dentro da programação das atividades previstas para Brasília.
Além disso, decidimos que será realizado, em Brasília, nos dias 25 e 26 de outubro, um encontro dos movimentos populares urbanos, para debater estratégias de atuação e avançar na unidade dos diversos movimentos em torno a uma luta comum. Este encontro será aberto à participação de todos os movimentos, mesmo aqueles que não fazem parte da Conlutas.
Mas é muito importante que as caravanas que vierem à Brasília, de cada estado, busquem garantir a viagem dos movimentos populares que estão no processo de construção da Conlutas, no maior número que for possível.
Todos os que vierem à Brasília participarão da manifestação no Ministério das Cidades, além da manifestação geral que acontecerá no dia 24/10. Nesta manifestação será entregue uma pauta de reivindicação dos movimentos populares ao Ministério. Nos próximos dias será enviada uma proposta de pauta, para receber sugestões dos estados. Caberá ao GT de Movimentos Populares fechar a pauta que será entregue.
E, para o Encontro nos dias 25 e 26, deverá ficar uma pequena delegação de cada estado, com os militantes, fundamentalmente. O Encontro não terá caráter deliberativo. A idéia é fazer um Encontro com cerca de 100 ou 150 pessoas. Para isso é preciso que ao organizar as caravanas, os estados viabilizem formas de que fique uma representação de cada movimento em Brasília para participar do Encontro. Isto significa assegurar a passagem de volta destes companheiros.
O GT de Movimentos Populares estará organizando politicamente o Encontro e o GT de Secretaria ajudará na estruturação da infra para realização do Encontro, em Brasília.
REUNIÃO DA COORDENAÇÃO NACIONAL DA CONLUTAS E ENCONTRO PARA DISCUTIR CONTINUIDADE DA MOBILIZAÇÃO
Conforme já havíamos definido, a próxima reunião da Coordenação Nacional da Conlutas acontecerá em Brasília, nos dois dias subseqüentes à Marcha (25 e 26 de outubro). Em uma reunião que aconteceu em São Paulo recentemente, os companheiros da Intersindical apresentaram a proposta de realização de um Encontro de caráter nacional, em Brasília, no dia seguinte à Marcha e envolvendo todos os setores que a organizaram, para discutir a continuidade.
Nós acreditamos que esta proposta, se for mantida, é muito boa, vai no sentido de ir soldando uma maior unidade da esquerda que está lutando. Neste caso nossa proposta é que realizemos este Encontro no dia 25 (não é preciso ficar milhares de trabalhadores para isto, bastam cerca de 300 representantes de cada setor), e que façamos nossa reunião de Coordenação Nacional de apenas 1 dia (26/10) para encaminhar os temas relacionados ao Congresso Nacional da Conlutas, alem de finanças e organização.
São Paulo, 18 de setembro de 2007
GT de Secretaria da Coordenação Nacional da Conlutas
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