Em declarações das testemunhas que estavam jantando com os pais da menina Madeleine McCann em 3 de maio, quando aconteceu seu desaparecimento existiram "contradições", segundo escreve o Diário de Notícias na sua edição de ontem (12).
Um dos amigos do casal McCann, Russel O'Brien, esteve no início do jantar, mas pouco depois saiu e só voltou quando já estavam a ponto de terminar.
Jane Tanner, a esposa de Russel, deu à Polícia Judiciária a pista de que tinha visto um homem de 1,70 metro de altura, magro e cabelo escuro na rua, com uma menina nos braços.
O retrato falado elaborado pela descrição de Tanner foi uma das pistas que foi seguida pela polícia durante o tempo em que foi considerada como mais provável a hipótese do seqüestro de Madeleine.
O mesmo jornal revelou que o casal McCann lanchou com Madeleine às 18h30 do dia de seu desaparecimento, em um restaurante da Praia da Luz, onde estavam passando férias.
Este fato só foi conhecido pela Polícia Judiciária portuguesa porque o dono do restaurante ligou para perguntar se estariam interessados em rever as imagens das câmeras de segurança de seu estabelecimento.
Após ver as imagens, os inspetores policiais interrogaram os pais sobre por que tinham esquecido de mencionar este fato em suas declarações anteriores.
O jornal português comenta que as declarações dos amigos dos pais de Madeleine, vários casais que estavam juntos de férias, estão cheias de "contradições e omissões".
Francisco Moita Flores, ex-inspetor da polícia e atual prefeito da cidade portuguesa de Santarém, escreveu neste domingo em sua coluna no Correio da Manhã que a imprensa britânica só quer saber de notícias sobre o eventual sequestro, e que todas as outras "são especulações".
"Todas as evidências indicam que a menina morreu no apartamento, e é difícil acreditar que se tente sequestrar um cadáver", segundo Flores.
Acrescenta em seu comentário que a pessoa que entrou no apartamento onde Madeleine estava até sabia onde estavam os artigos de limpeza, porque tentou "limpar as manchas de sangue". "Quem sozinho ou acompanhado esconde indícios é porque está tentando esconder um crime", conclui a coluna.
Entretanto com ajuda dos cães farejadores novos vestígios de sangue foram encontrados em uma das cortinas do apartamento de onde desapareceu a menina o que reforça a tese de que foi um homicídio ou de que a criança morreu no local, informou ontem (12) o Jornal de Notícias.
Segundo o jornal "a principal linha de investigação" da polícia portuguesa e da britânica é a morte ( orientada para a tese de homocídio) da menina. Antes foram achados os vestígios de sangue em uma das paredes do apartamento. Os resultados dos testes devem ser conhecidos na quinta-feira, segundo TVI.
Segundo a fonte, os cães britânicos que trabalharam na detecção dos vestígios de sangue também descobriram "cheiro de cadáver" em outros lugares, mas que, nesses casos, não foi possível recolher "amostras biológicas".
Neste momento, as investigações estão à espera de que cheguem de um laboratório britânico os resultados dos exames desses vestígios.
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