Brasil: Emprego industrial aumenta

Em setembro, emprego industrial cresce 0,4% - Na passagem de agosto para setembro, o emprego na indústria subiu 0,4% na série livre de influências sazonais.O resultado reverteu queda de 0,2% entre julho e agosto. No confronto com setembro de 2005, o indicador teve uma variação positiva (0,1%).

Nas comparações mais longas, a taxa ficou negativa no acumulado do ano (-0,3%) e estável no acumulado de 12 meses (-0,4%), frente ao resultado agosto de 2006 (-0,4%). As taxas trimestrais foram positivas tanto frente a igual período de 2005 (0,2%) como diante do trimestre imediatamente anterior (0,4%), na série com ajustamento sazonal. O número de horas pagas subiu 0,6% perante agosto/ 06.

Na comparação com o ano anterior, os indicadores mensal e trimestral variaram 0,3% e 0,1% respectivamente; já no acumulado do ano e dos últimos 12 meses, as taxas recuaram 0,1% e 0,2%, respectivamente. A folha de pagamento real avançou 0,1% ante agosto, também com ajuste sazonal. Nos demais confrontos, os indicadores também foram positivos: 1,8% (índice mensal), 1,3% (terceiro trimestre), 0,8% (acumulado do ano) e 1,0% (acumulado dos últimos 12 meses).

O indicador de média móvel trimestral do emprego industrial apontou variação de 0,2% entre os trimestres encerrados em setembro e agosto, mantendo trajetória positiva iniciada em 2006, o que possibilitou, no período, acumular crescimento de 0,9%.

No índice mensal, 8 das 14 áreas e 10 dos 18 setores aumentaram o contingente de trabalhadores em relação a setembro de 2005. A região Norte e Centro-Oeste (10,1%), seguidas pela região Nordeste (1,7%) e São Paulo (0,5%) exerceram as pressões mais relevantes para o resultado geral, com destaque, nos três locais, para o segmento de Alimentos e Bebidas. Já as principais influências negativas vieram do Rio Grande do Sul (-8,7%), Minas Gerais (-1,3%) e Paraná (-1,5%).

Em nível nacional, os ramos que contribuíram com os maiores impactos positivos foram Alimentos e Bebidas (7,0%), Refino de Petróleo e Produção de Álcool (16,6%) e Meios de Transporte (2,4%). Em sentido contrário, influenciaram negativamente Calçados e Artigos de Couro (-13,6%), Vestuário (-7,8%) e Máquinas e Equipamentos (-4,3%).

Nas comparações com igual trimestre do ano anterior, o período julho-setembro evidenciou acréscimo de 0,2%, revertendo seqüência de três trimestres em queda. Entre os índices do segundo (-0,4%) e terceiro (0,2%) trimestres, 11 dos 14 locais mostraram crescimento no número de pessoas ocupadas, com destaque para Pernambuco, que passou de 2,7% para 6,5%, desempenho diretamente associado à safra de cana-de-açúcar.

No indicador acumulado no ano, o pessoal ocupado apresentou decréscimo de 0,3%, com 8 locais e 11 ramos pesando negativamente no índice geral. Em nível nacional, as principais pressões para baixo vieram de Calçados e Artigos de Couro (-13,1%), Máquinas e Equipamentos (-7,6%) e Vestuário (-5,4%). Entre os locais, Rio Grande do Sul (-8,9%), Paraná (-2,7%) e região Nordeste (-1,5%) responderam pelos principais impactos negativos. Contribuíram positivamente para a média global a região Norte e Centro-Oeste (9,6%), São Paulo (0,7%) e Minas Gerais (1,0%). Entre os setores, as principais influências positivas vieram de Alimentos e Bebidas (8,1%), Máquinas, Aparelhos Eletroeletrônicos e de Comunicações (5,0%) e Refino de Petróleo e Produção de Álcool (13,2%).

Número de horas pagas

Em setembro, o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria aumentou 0,6% em relação a agosto, com ajuste sazonal. Apesar do resultado, o indicador de média móvel trimestral continuou negativo, recuando 0,1% entre os trimestres encerrados em setembro e agosto.

As comparações com iguais períodos do ano anterior registraram resultados diferenciados. Os indicadores mensal e trimestral assinalaram variações positivas de 0,3% e 0,1%, respectivamente. Já os indicadores para períodos mais abrangentes, acumulado no ano e acumulado nos últimos 12 meses, retrocederam 0,1% e 0,2%, respectivamente.

No confronto setembro 06 /setembro 05, o número de horas pagas apresentou variação positiva de 0,3%. Para o resultado contribuíram 8 dos 14 locais e 9 dos 18 ramos pesquisados. Em termos setoriais, as maiores pressões vieram de Alimentos e Bebidas (5,6%), Refino de Petróleo e Produção de Álcool (17,1%) e Máquinas, Aparelhos Eletroeletrônicos e de Comunicações (6,7%). As atividades de Vestuário (-8,5%) e Calçados e Artigos de Couro (-8,2%) exerceram as principais pressões negativas.

Ainda na comparação mensal, os locais que propiciaram a expansão do indicador nacional foram a região Norte e Centro-Oeste (9,2%), São Paulo (0,9%) e região Nordeste (2,5%). Na região Norte e Centro-Oeste, 12 das 18 atividades aumentaram o número de horas pagas, com destaque para Alimentos e Bebidas (25,3%), Madeira (8,7%) e Produtos Químicos (17,4%). Em São Paulo, destacaram-se Outros Produtos da Indústria de Transformação (14,7%) e Máquinas e Aparelhos Eletroeletrônicos e de Comunicações (7,9%). Na indústria nordestina, o aumento mais expressivo veio de Alimentos e Bebidas (5,7%). Exerceram influência negativa no índice nacional Rio Grande do Sul (-7,4%) e Paraná (-2,6%), com quedas em Calçados e Artigos de Couro (-16,9%) e Madeira (-18,1%).

Em bases trimestrais, frente a igual período de 2005, após trêsresultados negativos, o número de horas pagas variou positivamente no terceiro trimestre de 2006 (0,1%). Entre o índice do segundo e do terceiro trimestres, nove atividades e nove locais aumentaram suas taxas. No corte regional, os maiores avanços vieram dos estados do Rio de Janeiro, que passou de -1,1% para 2,3%; e Bahia (de 0,0% para 3,2%).

O acumulado no ano registrou variação negativa (-0,1%), em conseqüência da diminuição do número de horas pagas em sete locais e nove setores. Rio Grande do Sul (-8,0%), Paraná (-4,5%) e Santa Catarina (-3,2%) responderam, respectivamente, pelas principais pressões negativas. Por outro lado, os maiores impactos positivos vieram da região Norte e Centro-Oeste (9,2%) e São Paulo (1,8%). Os principais decréscimos no total do país vieram das atividades de Máquinas e Equipamentos (-6,4%) e Calçados e Artigos de Couro (-7,9%). Em sentido contrário, Alimentos e Bebidas (6,0%) e Máquinas, Aparelhos Eletroeletrônicos e de Comunicações (8,8%) registraram as principais contribuições positivas.

Folha de pagamento real

Em setembro, o valor real da folha de pagamento dos trabalhadores da indústria, ajustado sazonalmente, apresentou ligeira variação positiva (0,1%) em relação ao mês imediatamente anterior, após crescer 1,0% entre julho e agosto. O indicador de média móvel trimestral registrou variação de 0,2%, terceiro resultado positivo consecutivo, período no qual acumulou 0,6%.

As comparações com iguais períodos do ano passado prosseguiram positivas: 1,8% no índice mensal, 1,3% no terceiro trimestre, 0,8% no acumulado no ano. O indicador acumulado nos últimos 12 meses (1,0%) apontou ligeira desaceleração frente a agosto (1,2%).

No indicador mensal, a folha real de pagamento mostrou acréscimo de 1,8%, com taxas positivas em 11 dos 14 locais pesquisados. A maior contribuição positiva veio de São Paulo (1,5%), por conta, sobretudo, de Produtos Químicos (33,6%), Máquinas, Aparelhos Eletroeletrônicos e de Comunicações (24,8%) e Papel e Gráfica (3,7%). Em seguida, Minas Gerais (7,7%), em razão, principalmente, do aumento em Metalurgia Básica (13,7%), Máquinas, Aparelhos Eletroeletrônicos e de Comunicações (43,9%) e Indústria Extrativa (17,1%); e região Nordeste (4,3%), sob influência de Alimentos e Bebidas (8,5%), Refino de Petróleo e Produção de Álcool (31,2%) e Máquinas e Equipamentos (23,7%).

As maiores repercussões negativas vieram do Rio Grande do Sul (-7,0%) e do Paraná (-3,5%), em razão, respectivamente, da perda salarial em Calçados e Artigos de Couro (-18,5%) e Produtos Químicos (-30,9%); Alimentos e Bebidas (-11,0%) e Madeira (-18,5%).

Em termos setoriais, ainda na comparação com setembro de 2005, o valor real da folha de pagamento ampliou-se em 7 dos 18 ramos investigados. Os maiores impactos positivos vieram de Produtos Químicos (15,2%), Máquinas, Aparelhos Eletroeletrônicos e de Comunicações (19,7%) e Indústria Extrativa (8,7%). Em sentido oposto, as maiores reduções salariais originaram-se de Máquinas e Equipamentos (-9,9%), Calçados e Artigos de Couro (-9,5%) e Borracha e Plástico (-4,5%).

Na análise trimestral, o valor da folha de pagamento, em relação ao mesmo período do ano anterior, mostrou incremento na passagem do segundo (0,6%) para o terceiro trimestre de 2006 (1,3%). Esse movimento de expansão se fez presente em 9 dos 18 setores, com destaque para Indústria Extrativa, que reverteu a queda de 7,2% para aumento de 8,3%, Metalurgia Básica (de -2,1% para 1,5%) e Meios de Transporte (de 1,1% para 2,3%). Dos sete locais que ampliaram o valor da folha de pagamento, o Rio de Janeiro se destacou, passando de -4,0% para 3,7%, por conta, principalmente, da Indústria Extrativa (de -34,4% para 13,9%).

No acumulado no ano, o valor da folha de pagamento real avançou 0,8%, com resultados positivos em 11 dos 14 locais. As contribuições positivas mais relevantes vieram de Minas Gerais (7,9%), região Norte e Centro-Oeste (7,1%) e São Paulo (0,5%) e, em sentido oposto, do Rio Grande do Sul (-8,1%) e Paraná (-4,9%). Setorialmente, Produtos Químicos (14,0%), Máquinas, Aparelhos Eletroeletrônicos e de Comunicações (13,1%) e Alimentos e Bebidas (3,8%) destacaram-se pelas maiores influências positivas. Já Máquinas e Equipamentos (-12,8%), Calçados e Artigos de Couro (-12,2%) e Madeira (-10,5%) responderam pelas principais pressões negativas.

Prof. Dr. Ricardo Bergamini
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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey