O Bloco de Esquerda efectuou recentemente uma visita à empresa Dâmaso, no concelho da Marinha Grande, onde foi recebido pela Administração e pela Comissão de Trabalhadores da empresa. A Dâmaso Vidros de Portugal, S.A. é uma das, infelizmente, poucas unidades de produção manual de cristalaria que restam no concelho da Marinha Grande, empregando 250 trabalhadores, oriundos maioritariamente do Distrito de Leiria. O Encerramento desta empresa poderá ocorrer a qualquer momento, tais são os problemas de tesouraria que enfrenta, não por falta de encomendas , mas por dívidas acumuladas pela gestão danosa da anterior Administração.
Desde 1992 até ao momento, já encerraram no Distrito, mais concretamente no concelho da Marinha Grande, 14 empresas de cristalaria que lançaram no desemprego cerca de 1600 trabalhadores, provocando um fortíssimo impacto social e económico para toda a região de Leiria, para os trabalhadores e para as suas famílias, bem como para todas as actividades económicas que dependem directa e indirectamente desta actividade.
Esta empresa em concreto, para ser viável, e segundo a sua Administração, não necessita de qualquer subsídio a fundo perdido, mas pretende tão só um empréstimo -mesmo na figura de capital de risco bem como uma tabela de preços mais acessíveis à energia, sendo que, como certamente tem conhecimento, os custos de energia para esta actividade, para além de pagarem um IVA mais reduzido, ainda são subsidiados em países como a Espanha, França e Itália, permitindo, consequentemente, a redução dos custos de produção nesses países.
O Bloco de Esquerda considera que o Estado português, no caso concreto, o Governo, deve envidar todos os esforços para salvaguardar a viabilidade de empresas como a Dâmaso, garantindo a manutenção dos postos de trabalho e a continuidade de uma actividade centenária tão marcante para a região da Marinha Grande.
José Guilherme Gusmão
Bloco de Esquerda
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