Base: Fevereiro de 2009 Pesquisa Mensal de Comércio Fonte IBGE
Ambas as taxas foram em relação a janeiro, na série com ajuste sazonal. Na comparação com fevereiro de 2008, o volume de vendas e a receita nominal do varejo cresceram 3,8% e 10,1%, respectivamente. No acumulado do ano, esses indicadores cresceram 4,9% e 11,0%. Nos últimos doze meses, volume e receita acumularam crescimento de 8,0% e 14,2%.
Em fevereiro de 2009, o comércio varejista do País cresceu pelo segundo mês consecutivo: 1,5% no volume de vendas e de 1,7% na receita nominal, ambas as variações com relação ao mês anterior (ajustadas sazonalmente). Houve reversão no ritmo de vendas, após um trimestre de taxas negativas. Nas demais comparações das séries originais (sem ajuste), o volume de vendas do varejo cresceu 3,8% sobre fevereiro do ano anterior, 4,9% no acumulado do ano e 8,0% no acumulado dos últimos 12 meses. Para os mesmos indicadores, a receita nominal de vendas cresceu 10,1%, 11,0% e de 14,2%, respectivamente.
Em fevereiro, sete das dez atividades pesquisadas tiveram altas no volume de vendas (com ajuste sazonal): Veículos e motos, partes e peças (4,6%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (4,3%); Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (4,0%); Material de construção (3,8%); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (2,9%); Combustíveis e lubrificantes (2,7%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,9%); Tecidos, vestuário e calçados (-1,1%); Móveis e eletrodomésticos (-1,2%); e Livros, jornais, revistas e papelaria (-9,1%).
Já em relação a fevereiro de 2008 (série sem ajuste), apenas duas atividades do varejo tiveram queda no volume de vendas: Móveis e eletrodomésticos ( 2,1%) e Tecidos, vestuário e calçados ( 6,9%). Nas demais, por ordem de importância no resultado global, as variações foram: Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (5,6%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (10,5%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (12,0%); Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (11,3%); Combustíveis e lubrificantes (0,5%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (1,9%).
Resultados setoriais
O segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo cresceu acima da média: 5,6% no volume de vendas em fevereiro, sobre igual mês do ano anterior, e foi responsável pela principal contribuição (74%) da taxa global do varejo. O acumulado nos últimos 12 meses cresceu de 5,2%. Este desempenho foi motivado pelo aumento do poder de compra da população, decorrente do aumento da massa real do salário (6,2% sobre fevereiro de 2008, segundo a PME). Também contribuiu para o crescimento da atividade, num ritmo acima da média, a desaceleração dos preços dos alimentos nos últimos meses (1,1% no Grupo Alimentação no Domicílio, nos últimos seis meses, contra 2,4% do Índice Geral, segundo o IPCA).
A atividade de Outros artigos de uso pessoal e doméstico, segundo maior impacto na formação da taxa do varejo (23%), cresceu 10,5% no volume de vendas, em relação a fevereiro de 2008 (Tabela 3). Há trinta e um meses esse segmento, composto por lojas de departamentos, ótica, joalheira, artigos esportivos, brinquedos etc., vinha tendo crescimento de dois dígitos. No trimestre novembro, dezembro e janeiro, o crescimento reduziu-se a um dígito, mas voltou agora, em fevereiro de 2009, a ficar acima de 10%, mostrando uma tendência de retornar ao patamar anterior. A taxa acumulada dos últimos 12 meses foi de 12,7%.
A atividade de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, com a terceira maior participação na taxa global do varejo, cresceu 12,0% em relação a fevereiro de 2008, acumulando crescimento de 12,6% nos últimos 12 meses. A expansão da massa de salários e a diversificação na linha de produtos comercializados são os principais fatores explicativos do desempenho positivo do segmento.
O segmento de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, responsável pelo quarto maior impacto sobre a taxa global, teve alta de 11,3% no volume de vendas, sobre fevereiro do ano passado, acumulando crescimento de 30,5% nos últimos 12 meses. Dentre os fatores que vêm determinando este desempenho, destacam-se a redução de preços dos produtos do gênero e a crescente importância que os produtos de informática e comunicação vêm tendo nos hábitos de consumo das famílias.
O segmento de Combustíveis e lubrificantes, com 0,5% de variação do volume de vendas na relação fevereiro09/fevereiro08, respondeu este mês pela quinta maior contribuição à taxa global do varejo. Em termos de desempenho acumulado, a taxa de variação chegou aos 8,8% nos últimos 12 meses. Atribui-se este comportamento à estabilidade de preços dos combustíveis.
A atividade de Livros, jornais, revistas e papelaria, com crescimento abaixo da média e reduzido peso na estrutura da pesquisa, exerceu a menor influência positiva no resultado do varejo. Em relação a fevereiro de 2008, o volume de vendas cresceu 1,9%, acumulando variação de 11,2% nos últimos 12 meses.
Móveis e eletrodomésticos, com variação de 2,1% no volume de vendas em relação a fevereiro do ano passado, teve seu primeiro resultado negativo, após 65 meses de alta. Essa queda deve ser atribuída às restrições de crédito e ao comportamento mais cauteloso do consumidor. Nos últimos 12 meses, o segmento cresceu 12,4%.
O segmento de Tecidos, vestuário e calçados, que retraiu o volume de vendas em 6,9% com relação a igual mês do ano anterior, completa quatro meses em queda, o que se explica também pelo conservadorismo do consumidor diante do atual quadro recessivo da economia. A atividade acumulou nos últimos 12 meses variação de 2,4%.
O volume de vendas do Comércio Varejista ampliado (varejo mais as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção) cresceu 2,5% em relação ao mês anterior, e sua receita nominal cresceu 2,4%, (taxas com ajuste sazonal). Comparado ao mesmo mês do ano anterior (sem ajuste), as variações foram de 1,6% para o volume de vendas e de 4,5% para a receita nominal. No acumulado dos últimos 12 meses, as taxas foram de 7,8% para o volume e 12,7% para a receita nominal de vendas.
O volume de vendas da atividade de Veículos, motos, partes e peças cresceu 4,6% em relação a janeiro e 0,1% sobre fevereiro de 2008, acumulando, nos últimos doze meses variação de 8,1%. As restrições de crédito, tendo como exemplo a redução dos prazos de financiamento, por um lado, e a redução de impostos pelo o governo (IPI), por outro, vêm se constituindo nos principais fatores para a atual dinâmica desse mercado.
Quanto a Material de construção, as variações foram de 3,8% sobre o mês anterior, de 12,8% na relação a fevereiro de 2008 e de 3,7% no acumulado dos últimos 12 meses. Os quatro últimos meses de resultados negativos (na série sem ajuste, em relação ao mesmo mês do ano anterior) refletem as restrições do atual quadro econômico do País, especialmente no que tange às concessões de crédito.
Resultados regionais
Das vinte e sete Unidades da Federação, seis tiveram quedas em relação a fevereiro de 2008: Rio Grande do Sul (-2,8%); Distrito Federal (-2,5%); Espírito Santo (-2,4%); Tocantins (-1,7%); Goiás (-0,8%) e Paraíba (-0,8%). Os destaques em termos de variações positivas do volume de vendas foram Roraima (18,5%); Rondônia (11,4%); Ceará (8,5%); Maranhão (7,9%) e Sergipe (7,8%). As maiores participações na composição da taxa do varejo vieram de São Paulo (5,9%); Rio de Janeiro (6,4%); Paraná (3,3%); Bahia (4,0%) e Santa Catarina (3,6%).
Em relação ao varejo ampliado, as maiores taxas no volume de vendas foram em Roraima (16,7%); Rondônia (12,2%); Piauí (10,1%); Sergipe (9,5%) e Amapá (8,6%). Os maiores impactos no resultado global do setor foram os estados de São Paulo (2,6%); Rio de Janeiro (3,5%); Ceará (8,1%); Bahia (3,5%) e Minas Gerais (1,4%).
Ainda por Unidades da Federação, os resultados com ajuste sazonal para o volume de vendas apontam dezoito estados com variação positiva, na comparação mês/mês anterior. As maiores variações foram em Piauí (4,0%); Maranhão (2,8%); São Paulo (2,0%); Paraíba (1,8%); Santa Catarina (1,9%) e Mato Grosso (1,8%). Já as maiores quedas ocorreram em: Mato Grosso do Sul (-8,3%); Acre (-4,3%); Sergipe (-3,8%) e Amazonas (-3,4%).
Prof. Dr. Ricardo Bergamini
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