Filmes, documentários e curtas-metragens produzidos nos últimos quatro anos no Brasil, Argentina, Chile, México e Bolívia, muitos ainda inéditos, serão mostrados até 5 de abril, no Festival Lationoamericano da Classe Obrera (Felco).
Com programação gratuita, as exibições ocorrerão em dois espaços da capital mineira, o Cine Humberto Mauro e na Escola Popular Orocílio Martins Gonçalves, no Barro Preto. Várias sessões serão seguidas de debates (veja programação). Desemprego, trabalho escravo, protestos contra o imperialismo americano, luta pelo direito à moradia, por melhores condições de trabalho e denúncias sociais, entre outras abordagens, são temas freqüentes das produções.
Promovido por um grupo eclético formado por cineastas, publicitários e jornalistas, entre outros profissionais de várias entidades (Coletivo Felco São Paulo, Avesso Filmes, Espaço Cultural Estilingue e Escola Popular Orocílio Martins Gonçalves), que trabalham voluntariamente no projeto, esse será o primeiro evento de cunho nacional que o Felco promove em Minas Gerais. Em 2006, houve uma fase itinerante, realizada no Centro Cultural da UFMG, mas em um período menor de tempo.
Segundo Aline Souza, membro da comissão organizadora do evento, o Felco tem um perfil bem diferenciado de outros encontros de produções de audiovisual. "A idéia é promover o debate e a exibição desses filmes, pois são registros que não chegam muitas vezes ao conhecimento do público, porque não entram no circuito comercial de exibição. São filmes de resistência e de cunho político, da classe trabalhadora, alguns são anônimos, não trazem os nomes de seus idealizadores para evitar retaliações. Os temas são muito diversificados, há desde ficção a documentários. São produções importantes para se entender a realidade latino-americana", explica.
Além de fortalecer a iniciativa do Felco, cujo primeiro evento foi realizado em 2004, na Argentina, Aline Souza diz que houve ano passado um encontro nacional, em São Paulo, e que o evento tem repercutido positivamente entre cineastas, videomakers e o público. "É um evento que não visa fins lucrativos, daí a entrada franca para as atividades", conta. A maior parte das produções que serão exibidas é de origem nacional, entre as A escravidão do açúcar (sem autoria), que aborda a exploração de trabalhadores nos campos de cana-de-açúcar, em um engenho que destina a produção à Coca-Cola, e o longa A revolta do Buzú, de Carlos Pronzato, que trata das manifestações estudantis ocorridas em Salvador (BA).
FESTIVAL LATINOAMERICANO DA CLASSE OBREIRA (FELCO)
De 30 de março a 5 de abril, no Cine Humberto Mauro (Palácio das Artes) Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro. Sessões às 17, 19 e 21h30, cujos debates serão após as sessões das 19h dos dias 31 de março, 3 e 5 de abril. Haverá exibições também na Escola Popular Orocílio Martins Gonçalves (Rua Ouro Preto, 294, Barro Preto), de 9 a 13 de abril, sempre às 18h30, seguidos de debates.
Entrada franca.
Informações (31) 3461-0066 ou no site www.avessofilmes.com.br
Programação:
6ª feira, 30 de março
17h - Mostra Onde está a América Latina? (Argentina-Brasil-Chile)Documentários Percal, Uma mina de ouro em PuelMapu, e Chile Top Ten, de Christian Cancino e Pedro Dantas
19h - O último da Fila (Brasil) O Dono do Prédio, de Graziela Kunsch (Brasil)
21h30 - Granito de arena, de Jill Freidberg (México)
Sábado
17h - A Revolta do Buzú, de Carlos Pronzato (Brasil)
19h - A escravidão do açúcar (Brasil) Isto é uma Ordem! (Brasil) Fuzil Metralla o povo não se cala, de Edwin Villca Gutierrez e Rudy Menacho Monzón(Bolívia)
21h30 - Mais que 90 minutos, de Cadu (Brasil) Chico Mendes: a dignidade não se rende, da Brigada de guerrilha {cultural MTST (Brasil)
Domingo
17h - Mostra Mídia Cordel TV digital, da Ventilador Cultural (Brasil) O espetáculo democrático, Guilherme César (Brasil) Curtas pela democratização dos meios de comunicação (Brasil)
19h - Dia de Festa, de Toni Venturi (Brasil)
21h30 - Curtas do Grupo Alavio 60
2 de abril
17h - Sonho Real Uma história de luta pela Moradia (Brasil)
19h - O profeta das águas, de Lepoldo Nunes (Brasil)
21h30 - A greve de fome do Velho Chico, de Carlos Pronzato e Stefano Barbi Cinti (Brasil); Na Terra do Sol, de Lula Oliveira (Brasil)
3 de abril
17h - Mixania, mixando a liberdade, Monique Vasquez (Brasil)
Estudo de Cena (Brasil)
19h - A guerra do Gás, Carlos Pronzato (Bolívia) Pelo Fim da Terceirização, de André Braga, Cardes Amâncio e Neimar Alves (Brasil)
21h30 - Fala Mulher!, de Graciela Rodriguez e Kika Nicolela (Brasil)
4 de abril
17h - Construção, de Maria Gutierrez (Brasil); Resistência em Marcha, de Christine Pires (Brasil)Ocupar, resistir, construir, (Brasil)
19h - Mostra Itaú Cultural
21h30 - Curtas Movimento Passe Livre (Brasil)
5 de abril
17h - Asecho a la ilusión, Patricio Schwanek
19h - Rio Ariba
21h
Exibições e debates:
De 30/03 a 05/04 com sessões às 17h, 19h e 21h30
Endereço: Palácio das Artes
Av Afonso Pena, 1537. Centro. Belo Horizonte - MG.
Cep30130-004
Debates: 31/03 sáb, 03/04 ter e 05/04 qui; logo após a sessão de 19h.
De 9/04 a 13/04
Horário: 18h30
Endereço: Rua Ouro Preto, 294. Bairro Barro Preto (próximo ao Fórum). Belo Horizonte MG. Cep 30170-041
Debate: Logo após a sessão
Fonte: Vanessa Vaz - Diário da Tarde
Cine Viagem Latino propõe o acesso democrático a produção cinematográfica
Idealizado por quatro estudantes da área de humanas, o Cine Viagem Latino é um projeto de democratização, circulação e formação de público da produção cinematográfica latino-americana que pretende criar uma rede entre a produção e o público de cinema. O projeto surge a partir da constatação da precariedade no intercâmbio da produção entre os países latinos. A proposta é promover a consolidação de sistemas alternativos de exibição tanto por questões econômicas, de identificação cultural e da mobilidade nos fluxos comunicacionais ideológicos. O projeto mapeará as produções independentes e criará um circuito de exibição alternativo tendo como referencial os espaços universitários. No primeiro momento, serão percorridas universidades de países sul-americanos com a finalidade de exibir filmes brasileiros e o mapear a produção independente local.
Fonte: ALAIC - Asociación Latinoamericana de Investigadores de la Comunicación
Notícias publicadas no site www.imersaolatina.com
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