Dos jogadores que não enxergam bem, 64% deixam de corrigir a visão durante as partidas, mostra estudo. Nova regra pode melhorar desempenho, garantir mais segurança após cirurgia refrativa e proteger os olhos do sol.
Até a COPA 2010 a FIFA proibia o uso de óculos pelos jogadores durante as partidas. Por isso, dos que não enxergavam bem, 64% deixavam de corrigir a visão durante os jogos e 1 em cada 4 atletas nunca tinha passado por exame de vista com medo de ser eliminado pelos treinadores.
É o que mostra um dos poucos estudos desenvolvidos no Brasil com 80 jogadores da FPF (Federação Paulista de Futebol) em idade entre 17 e 22 anos. Realizado pelo oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, o levantamento também mostra que 27 dos entrevistados ou 34% apresentavam algum problema de visão. Desses, só 10 ou 36% entravam em campo usando lente de contato. O restante usava óculos fora dos treinos e partidas.
A boa notícia é que o novo livro de regras do futebol 2011/2012, publicado pela FIFA, libera o uso de óculos em campo pelos jogadores desde que o acessório não represente risco para os atletas. Segundo Queiroz Neto o uso de lentes corretivas pode surpreender os torcedores pela melhora no desempenho dos craques. Isso porque, afirma, a visão responde por 85% de nossa interação com o meio ambiente. O futebol exige bom campo visual e capacidade de enxergar bem em todas as distâncias. Por isso, até a correção de pequenas deficiências visuais pode fazer diferença no desempenho, comenta.
Cirurgia refrativa é mais segura
Para Queiroz Neto, atletas têm motivos de sobra para querer se livrar dos óculos. Isso porque, o suor excessivo pode tornar o uso dos óculos incômodo e as lentes pouco seguras.
O único inconveniente da cirurgia refrativa, observa, é tornar os olhos mais vulneráveis em casos de traumas. Entre jogadores de futebol este risco é minimizado porque os traumas mais comuns são: lesões na órbita, nas pálpebras ou no globo ocular causadas pela bola ou choque com outros atletas. Além disso, o médico destaca que a cirurgia hoje é feita inteiramente a laser. Isso permite desgastar menos a córnea. O resultado é o globo ocular menos frágil, corte perfeito, precisão maior e a correção do grau mais previsível. Por ser uma técnica pouco invasiva, no dia seguinte as atividades podem ser retomadas. Para garantir mais segurança aos olhos, o médico diz que devem ser usados óculos de proteção após a refrativa.
Como escolher óculos e lentes de contato
O médico conta que o levantamento realizado com os jogadores da FPF mostra que a miopia, dificuldade de enxergar de longe, liderou os problemas de visão, atingindo 42% dos que precisavam de correção visual. A hipermetropia, dificuldade de enxergar de perto, atingiu 31,7% dos que não enxergavam bem e os vícios refrativos associados que desfocam a visão para perto e longe atingiu 27,3%.
O especialista destaca que independente do problema visual, os óculos mais adequados para desportistas são os que têm armações flexíveis e fixas na cabeça, para garantir a segurança. Já as lentes devem ser polarizadas. Isso porque, diminuem o brilho das superfícies e o ofuscamento. O resultado, destaca, é a melhor visão de contraste e reflexos mais rápidos. Para proteger os olhos da radiação UV (ultravioleta) durante o dia e da luz azul emitida pelas lâmpadas frias que aceleram o aparecimento da catarata e da degeneração macular, o especialista recomenda que as lentes sejam fotossensíveis,
As lentes de contato, comenta, oferecem melhor correção visual. As desvantagens são o desconforto em caso de penetração do suor nos olhos, frequentes perdas e os possíveis ferimentos em portadores de astigmatismo que necessitam usar lentes rígidas.
As recomendações do médico para evitar a contaminação das lentes são:
Independente do tipo de correção, enxergar bem faz toda diferença no futebol, conclui.
Eutrópia Turazzi
LDC Comunicação
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